28/05/2009

Doçaria artesanal de Pelotas

Por trás da rótulo de “doçaria tradicional de Pelotas” há pelo menos três classes de produtos distintos.
a) as frutas em conserva de lata. Os mais conhecidos no Brasil afora. São especialmente as frutas que se desenvolvem bem na região, como o pêssego e o figo.
b) as manipulações e transformações das frutas. São as marmeladas, as geléias (ou chimias), as frutas cristalizadas. São aproximadamente 30 diferentes produtos que se vendem nas feiras livres, em Porto Alegre e em pequenos nichos espalhados pelo país
c) os doces de padaria e de festa (casamento, aniversário) que se desenvolveram em torno de um pequeno núcleo de doces tradicionais portugueses (ninho, olho de sogra, quindim, trouxinha de fios de ovos, etc). Esses doces de ovos deram oportunidade de expansão para uma outra doçaria, baseada no leite condensado. São cerca de 40 produtos ao todo.
Os doces de ovos são delicados, sem muito açúcar. Os à base de leite condensado, uma cornucópia de açúcar. Vendo as doceiras trabalharem, vê-se a facilidade que o leite condensado traz: é uma liga ou cimento geral, ao qual se acrescenta nozes picadas, ou chocolate Nestlé, além da margarina, para se construir o recheio de alguma coisa que, em geral, leva um banho de açúcar ou de outro produto solidificante.
O melhor mesmo são os doces de frutas: marmeladas, chimias, frutas em calda, cristalizados, etc, que são soluções de consevas para a abundante safra de algumas delas.
E há algumas surpresas, sempre. Uma família de remota origem francesa, os Crochemore, produz uma conserva de pêssego em ponto de cocção extraordinário, que mantém boa memória da fruta, ao contrário das latarias que usualmente encontramos.
Numa outra pequena indústria rural, fazem esses medalhões de pêssego que se vê na foto. Depois de montá-los um a um, são dispostos numa peneira e deixados a secar numa estufa. Fica um produto magnífico, uma verdadeira jóia comestível. Faz-se também de maçã ou goiaba.

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