Você olha um livro de receitas medievais, ou renascentistas, e percebe quanta coisa se fazia com mel, antes do advento do açúcar convertido em commodity colonial. A mesma coisa se vê na culinária indígena. Então se percebe quanta variedade e sutileza de sabor se perdeu quando o mundo europeu chegou a consumir 60 quilos de açúcar per capita.
Essas coisas Gilberto Freyre não nos contou em sua sociologia melada. Os chefs deviam "resgatar" (sic) o mel. Não estamos falando de receita, mas de ingrediente que está ai, com todo seu potencial, e que uma industria poderosa silenciou. O brasileiro come muito açúcar e pouco mel sem ter exatamente optado por isso.
23/10/2009
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1 comentários:
Outro dia estava lendo textos em busca de informação sobre a cachaça e descobri sem surpresa que os padres (sempre eles) apoiaram a proibição da produção de cachaça no Brasil no século 17, decretada pelos portugueses que queriam era vender na colônia o aguardente português... Enquanto os padres não queriam que o povo bebesse para não perder a cabeça, os portugueses não queriam competição com o aguardente deles. Se aqui produziam açúcar era para ficar no açúcar, ainda que barato. Colonizador não aceita competição em nada e mandaram o mel para escanteio, assim como outros tantos produtos nativos. Se procurar não pára mais. Colônia é um carma pesadíssimo de descarregar....
C.
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