A tríade, conjunto de três entidades ou objetos, é a melhor equação culinária. Não por acaso temos: arroz, feijão e uma “mistura”. Sujeito, verbo e advérbio ou adjetivo.
Procure notar: todo prato que tem mais de três componentes tem coisa a mais, desnecessária. E, às vezes, quatro elementos ou mais sugerem dois pratos juntos! O excesso de coisas que exigem nossa atenção turva nossa capacidade perceptiva. Mas o propósito da gastronomia é comunicar, não rebaixar a capacidade dos sentidos.
Daí a técnica da filière a que recorrem chefs sensíveis. Ou os menus degustação. Coisas unas ou duplas, enfileiradas, são como composições atrás de composições, como se mudássemos de prato, criando intervalos silenciosos.
Muito ganharia nossa gastronomia se os chefs lessem, por exemplo, Graciliano Ramos. Aprenderiam o que é a expressão enxuta, econômica, elegante, super-comunicativa. Fariam exercícios para traduzir esse estilo no seu domínio. Quanto menos parnasianismo culinário, melhor para a intelecção gustativa.
02/11/2009
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1 comentários:
E assim como os pratos, as revistas de gastronomia brasileiras. Já notou a quantidade de adjetivos supérfluos para descrever um prato?
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