Nós, os chatos

Luiz Américo voltou à ativa com a bola toda, retornando ao tema dos preços nos restaurantes paulistanos. Ele vem da Europa, e o mesmo aconteceu comigo quando cheguei da França há algumas semanas. É que a diferença é tão gritante que "dá nos nervos" como dizem.

Outro dia fui comer numa churrascaria bem meia boca, como é a Paulista Grill. Gosto de ir lá só pelas carnes de segunda (cupim, costelão) e pela facilidade (pois há melhores, mas mais distantes). Meu amigo e eu resolvemos tomar um vinho. Havia um Côtes du Rhône a R$55. Dos mais baratos, foi o que escolhemos. Não era ruim.

Serviço simples, taças de vidro, garrafa na mesa para nós mesmos nos servirmos - como em qualquer rodízio que acha que o essencial é entupir o cliente de pastéis, kani etc, e depois assediá-lo com carnes de todo tipo para que você, assim, coma pouco do que é "caro". Vinho, suco de laranja ou cerveja são a mesma coisa dessa ótica. Nada de rituais que desvie a atenção.

E não é que no sábado passado encontrei o Côtes du Rhône da mesma marca e ano na Casa Flora, pela bagatela R$ 20 reais no varejo (no atacado sairia de 25 a 30% menos...)? Se computar o serviço, paguei à mesa o mesmo vinho mais de 4vezes mais caro do que provavelmente o restaurante pagou!! Socorro! Chame o ladrão!!

A "síndrome de Rua Amauri" é contagiosa e nós, os chatos, precisamos estar atentos. Denunciar e evitar os que praticam abusos.