06/07/2010

O mercado dos ingênuos em questão

Ao que tudo indica, a campanha contra a Anvisa, movida pelos publicitários e pela indústria de alimentos, será uma campanha solitária.

Forma-se um conlúio entre a Associação Brasileira de Rádio e Televisão, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimento (e ambas esperam que a elas se junte a Associação Brasileira de Anunciantes) para combater a resolução da Anvisa para que os alimentos estampem advertências sobre os riscos do consumo excessivo de açúcar, gorduras saturadas ou sódio.

Não sei porque eles implicam com essas advertências. Afinal, não é de hoje que as embalagens já estampam que “não contêm gordura trans” e, com isso, talvez até esperem aumentar as vendas.

Uma coisa é infantilizar o consumidor – proibindo o fumo em locais públicos que poderiam ser adequados às preferências dos cidadãos pura e simplesmente – outra, bem distinta, é apostar na formação da sua consciência, preservando a faculdade de escolha.

Ao que tudo indica, está em questão o mercado dos ingênuos, especialmente das crianças. Elas é que são submetidas ao bombardeio de publicidade de guloseimas que, segundo pesquisas médicas, implicam precocemente em vários males.

Muito açúcar, muita gordura e muito sódio devem ser evitados. Toda ação para advertir sobre os riscos subjacentes é benvinda. É claro que é preciso estar atento e temperar a ação pública, evitando exageros e violências contra a livre escolha. Mas uma coisa é proibir, outra advertir. E advertir corretamente é um serviço público meritório.

1 comentários:

Rubens Ghidini disse...

Muito bom o seu blog, Professor. Tenho lido constantemente suas postagens aqui e no twitter, e percebo que é o que falta nos cursos de gastronomia, um grande apanhado de técnicas (que podem ser aprendidas em livros) e receitas (sem comentários...). Sou estudante do supracitado, recém chegado da área médica, e dá pra imaginar o quão confuso tal universo me parece, em grande parte por minha falta de cultura gastronômica. Mas, vamos em frente, pois nunca é tarde pra aprender! Um abraço!

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