Diversidade de raças bovinas

Raças de animais são fruto de seleção natural ou artificial. As primeiras podem levar milênios; as segundas, séculos, e correspondem sempre à fixação de caracteres julgados úteis pelos criadores. Assim é a raça tucura, ou “boi pantaneiro”, que a Embrapa da o sinal de alerta: existem apenas 500 animais, encontram-se sob risco de extinção.

São boizinhos miúdos, rústicos e adaptados aos terrenos alagadiços do pantanal. Dão menos carne do que outras raças e, por isso, são substituídos por animais mais produtivos, embora não tão bem adaptados àqueles terrenos. Mas sua carne é macia, com gordura entremeada – o que chamamos “marmorizada”. É um animal com grande potencial para receber a alcunha de “sustentável” se os restaurantes resolverem sustentar a demanda por sua carne, em vez de preferirem carnes argentinas e, ultimamente, australianas.

Manter a diversidade de raças nativas é uma decisão de cunho político, social e gastronômico. A Embrapa não pode ser um museu de raças em extinção. É preciso que os consumidores também se mobilizem na preservação da diversidade em que se baseia a culinária brasileira.