Bertolazzi e Julian Mercier me cobram o “leitor de 5ª” de hoje. Estou atrasado? É que há dias em que penso como é complexa (ou vai se tornando) a idéia de gastronomia entre nós.
No Paladar e no Comida de hoje você descobre que vinagre não é essa coisa simples que coloca na salada; que cachaça é um universo complexo, segundo Rodrigo Oliveria; que o café de coador é melhor que o expresso, segundo Isabela Raposeiras, voltando-se ao método tradicional mas não com os equipamentos que você tem, não se iluda! Novos filtros, americanos, surgem como campeões. E vem ai a invasão do mezcal, anuncia Cristiana Couto.
Por outro lado, Josimar fala da Trattoria Rosticeria Picchi, a casa mais “simples” do chef. E Luiz Américo fala da tendência à simplicidade das tascas & casas assemelhadas que começam a pipocar na cidade. André Barcinski, não contente com a nossa “periferia”, vai fuçar em Paris como comer bem e barato. Uma zorra.
E vem ai o Tutto Italiano, na Melo Alves, e o Figurati, na Ministro Rocha Azevedo. Parece que a “italianização” quer colaborar com a descomplicação dos "Jardins". Será? Nesses dois casos, o tom das matérias da Patricia Ferraz é “nós fomos lá ver, pioneiramente”. Chegou primeiro do que a Folha? Isso é importante? O que fala do Tutto Italiano parece release de assessoria de imprensa, de tão simpático quando a casa nem abriu.
Mas, afinal, para onde vai o barco da gastronomia? A verdade é que ele está meio encalhado. Mas virão por ai Massimo Bottura e outros para dar um empurrão. Talvez também ajude refletir sobre o artigo de hoje do Roberto Smeraldi, no Valor, sobre a responsabilidade social do chef. Além de chefs estrelados, ele acha que devemos apostar em fornecedores estrelados, e consumidores que se tornem estrelas em casa, à mesa.
Mais seguro, enquanto isso não chega, é experimentar os cannoli que se espraiam pela cidade, como se New York fossemos. O jogo é esse, ver qual o melhor: se da Cannoleria, do Flavio Federico, da Tappo Trattoria ou do Zena Caffè. Bertolazzi jura que é o dele. Com a palavra, os leitores.
20/10/2011
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6 comentários:
concordo com o texto. discordo do bertolazzi homem gourmet. O cannoli do zena não é o melhor, NEM FODENDO.
Vamos combinar... hoje o universo 'gastronômico' nada mais é do que uma feira de vaidades. Hoje é mais importante o ONDE comer do que o próprio prazer que o alimento puro e simples proporciona. E daí se o restaurante é badalado? Se a comida te faz suspirar é o que vale. O mesmo se aplica àquele biscoito frito da padoca da esquina.
Essa não é só uma crítica aos chefs, restauranteurs e entusiastas da moda gastronômica. Vale também para os críticos. Hoje a notícia e o alvo de crítica batem mais à porta de quem escreve do que o contrário. São raras as vezes que leio alguma saga epopéica em busca do prato perfeito ou mesmo da decepção perfeita, da versão perfeita sobre a história de algum prato ou ingrediente (observem: VERSÃO). Lemos sempre sobre os mesmos restaurantes, chefs, pratos...
E chefs... ofendam-se menos com o que é escrito. Gostar de comida não significa gostar do chef, como profissional ou como pessoa. E vice e versa.
Continuem com seus cannoli porque cannoli ruim é cannoli que não está no meu prato.
o queeee?????????? o bertolazzi nem falar sabe direitp e acha q faz canoli ah ta bommm... soh o que ele quer ;e os cinco minutinhos de fama fingindo q é amigo de todo mundo e se achando o rei da cocada (ou do canoli) e sendo amigo de subcelebridades tao apagadinhas quanto ele acha q eh. pelamor...
esse "expresso" da Folha doeu, viu.
e sobre os cannoli, aqui em SP só conheço o do Zena, que é beeeeem ruinzinho.
Flavio Federico faz um baita canoli. Bertolazzi é um mala insuportável.
O melhor é o do Taormina, disparado!!!!
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