23/01/2013

Anvisa "Classe A"


Todos recordamos as tristes histórias de corrupção na Anvisa, como autorizar o uso de venenos perigosos mediante propina. Todos sabemos que um organismo assim desmoralizado precisa passar não só por uma faxina, mas por uma completa reestruturação.

Mas não é o que acontece, e ela segue célere aprofundando sua presença nefasta na sociedade, enquanto não a disciplinam. Agora, imitando normas higienistas norte-americanas, pretende “classificar” os restaurantes pelo grau de higiene, mesmo após lhes terem sido concedidas as licenças de funcionamento.

Nova Iorque faz isso há quase 3 anos, classificando bares, restaurantes, boates, cafés e barracas fixas. Aqui, onde nem barracas podemos ter, lá vem os americanófilos com as letras A, B ou C que deverão ser afixadas ou divulgadas pela internet como indicador de qualidade higienica.

Convenhamos. A coisa é absurda sob todos os pontos de vista. Você jamais será contaminado por estafilococos ou estreptococos tipo “A”, “B” ou “C”. Do ponto de vista das contaminações por agentes desse tipo, ou há risco ou não há risco. Este o sentido da vigilância sanitária. O risco deve ter tolerância zero. E se o estabelecimento tem licença de funcionamento, supõe-se que o risco de contaminação é zero!

A norma nova-iorquina parece apontar para um padrão hospitalar de higiene, impondo-o como ideal. Do ponto de vista econômico, implica numa desvalorização de quem não está no top.

Não estou dizendo que, aqui, os caras da Anvisa vão vender classificação “A”. Não. Quem sou eu para generalizar a qualidade moral dos fiscais? Estou dizendo que é uma contradição que se introduz no sistema de licenciamento: afinal, por que se licencia estabelecimentos que não são “A”? 

Mas o mais impressionante é como a pelegagem sindical aprova qualquer medida do governo: Abrasel e ANR já estão aplaudindo antes da hora. Senhores proprietários de restaurantes: acordem! A vigilância sanitária não tem ombro.

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