Ementa
Uma maneira privilegiada de se analisar a culinária e a gastronomia nos dias atuais é em relação aos territórios onde surgiram. Terroirs, tradições, ingredientes - são termos que reportam à proximidade com a terra e com o trabalho secular dos produtores. No entanto, nem sempre foi assim.
O curso mostrará a formação dos conceitos de região culinária e de terroir como algo que se dá por um processo complexo, no bojo do Estado moderno. Fará também o contraste com a percepção dos territórios culinários do Oriente (Índia e China) para chegar na especificidade ocidental.
Serão tomados como exemplos modernos a evolução do “regionalismo culinário” na França desde a República (1790) até o surgimento da nouvelle cuisine. Do mesmo modo, serão analisadas experiências mais recentes, como na Itália e Espanha, de maneira a definir com clareza os paradigmas da abordagem territorial da culinária moderna.
Por fim, uma reflexão sobre a “cozinha internacional”, derivada da Alta Cozinha, e a recente “cozinha de ingredientes” apontará problemas do desenraizamento culinário atual,. Do mesmo modo, se analisará a tentativa de criação de uma cozinha regional transnacional: a cozinha mediterrânea.
As aulas serão ilustradas pela degustação de pratos regionais franceses que permitem a comparação de “estilos” locais.
Público alvo
Cozinheiros, estudantes de pós-graduação em gastronomia, história, sociologia, antropologia, biologia e agronomia; jornalistas e publicitários.
Carga horária:
6 horas
Organização básica
Curso dividido em 2 sessões de três horas cada, com a seguinte programação:
1. discussão do conceito de “nação” e “região” - no ocidente e oriente - e análise da formação da cozinha regional francesa
2. discussão dos pressupostos políticos, culturais e biológicos implicados na noção de terroir. Exemplificações.
- A noção de terroir e a territorialização do vinho e do queijo. A “volta ao terroir” e a revalorização da cozinha regional como destino turístico pós-Guia Michelin. O caso extremo da “cozinha mediterrânea”
- Evolução da noção de “cozinha étnica”: do colonialismo à gastronomização
- A cuisine bourgeoise e a cozinha internacional como conceitos modernos.
- Desafios da cozinha de ingredientes num mundo globalizado: o caso da Amazônia
Datas e horário
Datas: 06 e 13 de abril de 2013
Horário: das 9:45hs às 12:45hs.
Vagas e inscrições
O curso será ministrado para uma turma de até 25 alunos, no Engenho Mocotó (Av. Nossa Senhora do Loreto, nº 1.100 - Vila Medeiros), e a pré-inscrição deverá ser feitas pelo e-mail: centroculturaculinariac5@gmail.com
O valor da inscrição é R$ 340,00, incluindo as degustações ilustrativas, e o pagamento deverá ser feito na primeira aula.
5 comentários:
Nossa que demais isso! Infelizmente eu não moro em Sampa e as datas não me ajudam. Parabéns e espero que tenho muitos outros para que eu possa participar. bjo
Grande iniciativa! Espero que o curso seja efetuado diversas vezes, pois pretendo fazê-lo até o final do ano!
Gostaria de saber se há alguma possibilidade de trazermos este curso para Manaus? Favor me passar um email para saber das necessidades e poder articular.
Agradeço,
Profa. Claudia Martins
claudiamenez@gmail.com
Bela, apropriada e generosa empreitada meu caro Rodrigo.
Longa vida ao projeto!
Gastronomicalement,
Quentin
Vou ficar esperando a segunda turma....infelizmente não poderei ir dia 06/04!
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