02/10/2013

28 de setembro: Dia (Inter)Nacional da Caça e da Pesca


Para os que gostam de comer peru no Natal, ou comemorar o Hallowen e o Thanksgiving Day, o presidente Barack Obama dá um grande passo na política conservacionista, elevando o dia 28 de setembro à condição de Dia Nacional da Caça e da Pesca, criando portanto outra data para os admiradores mundiais das efemérides norte-americanas. Eis a sua proclamação:
PROCLAMAÇÃO DO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Através de caça e pesca, pelas tradições passadas de geração em geração, as famílias fortalecer seus laços e os indivíduos forjar conexões com os espaços abertos. Levantam-se antes do amanhecer para lançar uma linha em um córrego enevoado, ou esperar pacientemente em um girau como um vigilante da floresta. Os pais auxiliam as crianças a montar seu primeiro carretel de pesca, e os jovens caçadores a imitar o pio de um peru selvagem. No Dia Nacional da Caça e da Pesca, comemoramos estas tradições de longa data e nos comprometemos a preservar os lugares em que florescem.
Trabalhando em todos os níveis de governo e ao lado de organizações sem fins lucrativos, organizações privadas e defensores da conservação, a minha Administração lançou a Grande Iniciativa Americana ao Ar Livre (America's Great Outdoors Initiative). Este programa envolve americanos ao nível das bases para proteger e restaurar nossas terras e águas queridas e para ajudar a reconectar todos os americanos, independentemente da sua idade ou formação, com o ar livre. Os pescadores e caçadores têm desempenhado um papel fundamental , fazendo jus ao seu legado como alguns dos mais fortes defensores dos lugares selvagens de nossa Nação.
Além de sua importância como uma antiga tradição, a recreação ao ar livre suporta milhões de empregos. A caça e pesca suportam uma grande parte desta indústria essencial, reforçando o turismo, fortalecendo a economia dos Estados Unidos, e financiando a conservação por meio de licenças de pesca e dos selos de pato.

Hoje, ao refletir sobre o valor que a caça e pesca trazem às nossas vidas - a partir de laços familiares reforçados através da fruição renovada da natureza - queremos garantir às gerações futuras que tenham a mesma oportunidade de participar dessa experiência.
PORTANTO, eu, Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos da América , em virtude da autoridade investida em mim pela Constituição e pelas leis dos Estados Unidos, proclamo o 28 de setembro de 2013 , como o Dia Nacional da Caça e da Pesca e apelo a todos os americanos para observarem este dia com programas e atividades adequadas.
EM TESTEMUNHO DO QUE assino o presente documento, aos vinte e sete de Setembro, no ano 2013 de Nosso Senhor e duzentos e trinta e oito da Independência dos Estados Unidos da América.
BARACK OBAMA
Convenhamos que estamos muito distante da percepção de que a caça e a pesca regulamentadas são o instrumento por excelência de conservação das espécies alimentarmente úteis. Nos EUA, a caça movimenta cerca de US$ 13 bilhões, dos quais a grande parcela arrecadas é destinada para manter o seu magnífico sistema de Refúgios Naturais da Vida Selvagem, com milhões de hectares de áreas preservadas.
Entre nós, a caça esteve sempre ligada às estratégias de vida dos pobres: antas, cotias, pacas, jacus, nhambus, macucos, tatus, codornas, perdizes, sempre estiveram presentes à mesa das populações rurais e, raramente, nas mesas urbanas. Por isso, quando uma política conservacionista caolha se impôs, foi fácil destroçar essa tradição que não era partilhada pelas elites. 
Nem sempre (ou quase nunca) o que é bom para os EUA é bom para o Brasil. Mas às vezes é...

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Dória,
Gostaria de acrescentar que mesmo com a restrição da caça ela acontece e muito. Tráfico de animais, condições impróprias ganância ainda são muito preponderantes na nossa cultura.
Estive recentemente visitando o Aquário de São Paulo no Ipiranga e o que me chocou foram as histórias pregressas dos animais. História de abandono, crueldade física e descaso.
Somos um povo cruel, estamos nos extremos sempre e não conseguimos fazer transições que seriam benéficas como a proposta pelo presidente americano. Como não queremos o trabalho de fiscalizar, pois a carência de serviços pelo Estado é imensa, o caminho sempre encontrado é a proibição. Convivi com esse Brasil rural quando menina e não havia por parte do meu pai a crueldade que existe nos traficantes de animais e plantas. Isso fazia parte do "ser como indivíduo cultural" embora não tivesse consciência disso. Vejo que não soubemos fazer essa transição o que me entristece pois ficamos mais pretos ou mais brancos, o cinza não nos é permitido como também nossa história, nosso passado é engolido sem termos referência para o próprio futuro.

Anônimo disse...

Parabéns pelo lucido comentário!
Att Alvaro Barcellos Souza Mouawad

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