Os meus livros

Estrelas no céu da boca: escritos sobre culinária e gastronomia (Senac-SP, 2006). Este livro não foi pensado como tal: ele reuniu uma seleção de escritos anteriores, especialmente os que apareceram na revista eletrônica Trópico e algumas outras publicações, surgidas na Gula e em outras revistas. Como destaque da coletânea, a íntegra de uma entrevista com Santi Santamaria, que foi publicada no Caderno Mais! da Folha. A Nina Horta gostou mesmo foi do primeiro texto do livro, que escrevi na primeira pessoa do singular, procurando retratar minha trajetória no mundo dos restaurantes. Não sei o que dizer sobre isso.



Com unhas, dentes & cuca: pratica culinária e papo-cabeça ao alcance de todos (Senac-SP, 2008) é fruto da experiência de escrever um livro a quatro mãos, junto com Alex Atala. No Escoffianas Brasileiras, Alex mostra o seu trabalho pessoal, inclusive receitas; aqui, trabalhamos juntos mais os aspectos conceituais e técnicos da culinária e gastronomia modernas do que qualquer outra coisa. Por isso chamamos de “papo-cabeça”, embora a linguagem seja bastante simples, não requerendo conhecimentos prévios. O Josimar Melo achou que a melhor parte do livro é a que fala sobre cozinha brasileira. Eu acho bem curto esse texto que ele preferiu.



A culinária materialista: construção racional do alimento e do prazer gastronômico (Senac-SP, 2009) é livro escrito a partir da experiência de dois cursos acadêmicos ministrados: um na pós em gastronomia (latu sensu) do Senac (campus Santo Amaro) e, outro, na graduação do curso de Ciências Sociais no IFCH- Unicamp. Nesse sentido, trata-se de um trabalho mais acadêmico do que os anteriores, que são mais de divulgação. Alguns temas abordados: o surgimento histórico e conceitual do terroir, com estudo de casos brasileiros; a “teoria da receita”, isto é, o mito da receita como guia seguro para a ação; o que é técnica culinária; a noção antropológica de “incorporação” e o surgimento do pensamento nutricional; as diferentes agendas de pesquisa de Hervé This ao longo do tempo.



Fiz uma introdução mais ou menos extensa a este livro – o importante anônimo Cozinheiro Nacional (Atelier/Senac-SP, 2008) - que é uma primeira reflexão pessoal sobre a “formação da cozinha brasileira” (título, aliás, do meu ensaio que sairá pela Publifolha, na coleção 21, no primeiro semestre de 2009), destacando três fases: a romântica, a modernista e a atual.