24/03/2009

Restaurantes monotemáticos

Restaurantes monotemáticos são apreciados pelo público. Aquele do polpetone, por exemplo. Acho o prato um barbarismo, mas não há dúvida de que oferece o conforto de não se ter que pensar muito no que comer, percorrer o caminho tortuoso de uma escolha em meio às tantas ofertas de que a cidade dispõe. Mas coisas como o tal polpetone ou o bauru, do Ponto Chic, ficaram em segundo plano quando se passou a valorizar a criatividade inovadora. Agora, parece que os clientes só querem saber da circulação do cardápio, não da sua estabilidade. Mas há exceções.
Também não sou de ficar elogiando restaurante, celebrando o que o leitor não comeu. Dá a sensação de excluir alguém, a quem nem se conhece. Não vou ficar dizendo “olha, vai lá que é legal!”. Não. E, depois, nem sei se o restaurante está com tudo ou está com nada, se eu é que dei sorte ou azar de comer bem ou mal. Não.
Mas sexta-feira passada comi uma paleta de cordeiro no Café Gardênia que estava pra lá de excelente. É uma casa monotemática. Tudo o que é relevante nela vem do cordeiro.
Não pretendia comentar, mas não me sai da cabeça. Não sei se o Carlos Moraes, dono da casa junto com a filha, aprendeu a criar carneiros de qualidade insuperável, ou se a filha, Marina, aprendeu a cozinhá-los de modo mais-que-perfeito - ou simplesmente os dois.
O fato é que Moraes capricha nesse seu hobby criativo e Marina fez direitinho sua formação, inclusive estagiando no River Café, o que equivale a tirar 10 na disciplina Bom Gosto.
Fico imaginando ir lá de novo, levando um bom vinho. Não que lá não haja. Apenas para guardar a sensação de haver contribuído em algo para o meu próprio prazer.

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