Não sou muito chegado à moda orientalista em culinária. Faz muito, muito tempo, que o ocidente assimilou as contribuições da culinária oriental e o fato de reuni-las novamente sob o manto do “oriente” me parece que é um caso típico daquilo que Edward W. Said já analisou com brilhantismo (Orientalismo. O Oriente como invenção do Ocidente, São Paulo, Cia das Letras, 2007). Parece que vivemos uma nova onda de orientalismo culinário, agora com ênfase na Tailândia e com uma “volta à Índia”, berço universal das excelentes especiarias.
Mas tenho que dar o braço a torcer para o bolo cuja foto vai acima. Uma obra prima desse “oriente” inventado e que desorienta os paladares: 200 gramas de manteiga batida com 125 de açúcar branco e mais 125 de mascavo, incorporando 4 gemas; 4 claras em neve a serem acrescidas no final. Os elementos secos: 300 gramas de farinha; 3 colheres de chá de fermento químico; 2 colheres de chá de pimenta Jamaica em pó; 2 colheres de chá de canela em pó; 1 colher de chá de noz moscada em pó. Uma xícara americana de água. Depois, a clara em neve e forno a 190° C por 40 minutos. Está no livro Creative cooking whit spices (1988), de Jane Walker.
Servíamos no Bar Nabuco. Era um must das tardes de chá e da alta madrugada.
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2 comentários:
Realmente, noto isso também, é ainda mais insuportável com os restaurantes que viraram "japoneses, tailandeses e chineses". Oi, a propósito, to lendo seu blog e achando legal, também to começando um o: http://ideiasverdesfritas.blogspot.com/
Que alívio! Também não sou adepta da moda orientalista e, às vezes, me sinto fora de contexto por isso. Mas um bom bolo de especiarias tem sempre lugar na minha mesa...
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