
Ainda leio, mas é bastante bom. Explora fontes primárias que eu não conhecia, o que já é garantia de interesse.
O seu ponto de partida é óbvio e bom: tabaco e chocolate não atravessaram o Atlântico como meras matérias-primas, mas como produtos culturais elaborados, com no mínimo 2 mil anos de história, e tecnologias que perduram até pelos menos o século XIX.
Interessante também o percurso desses dois produtos: ambos são elementos rituais importantes na sua origem americana. Marcy Norton mostra o “commodifying process” de cada um, a apropriação cristã do chocolate, a monopolização do tabaco pelo Estado, a difusão mundial de ambos. No fim, é o que vemos: o chocolate, servindo mais e mais de gift, criando laços à maneira que Marcel Mauss nos mostrou; o tabaco, deixando de ser algo que ligava os homens à divindade para se transformar em símbolo do mais absoluto isolamento social (do fumante). Assim é o Ocidente.
Mas acho que o melhor será o que ainda não li: o trato do chocolate e do fumo na sociedade americana nos tempos da conquista.
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