14/04/2009
Degustação vertical do queijo Canastra Real
O queijo minas artesanal, especialmente o Canastra, encontra-se em nova fase de seu processo de afirmação comercial, após o seu tombamento patrimonial pelo Iphan. Ainda faz parte desse contexto o surgimento de Ongs voltadas para a sua preservação, como a SerTãoBras.
Como dirigente desta Ong, nosso propósito é contribuir para a sua disseminação ampla mantendo, ao mesmo tempo, todas as características organolépticas apreciadas pelos consumidores. Estas, por sua vez, decorrem tanto do terroir quanto dos processos de trabalho que levam ao produto.
Este processo de trabalho, contudo, encontra-se sob permanente ameaça na medida em que as autoridades sanitárias adotam normas e padrões que antagonizam o trabalho artesanal. A principal delas é a vedação à produção de derivados de leite cru, pois se sabe que o leite pasteurizado destrói os microorganismos responsáveis pela singularidade do queijo artesanal mineiro.
O caminho de luta que a SerTãoBras escolheu foi reforçar a presença do Canastra artesanal no mercado consumidor, pois acreditamos que, pela sua excelência, quanto mais for conhecido mais terá chances de enfrentar a incompreensão oficial. É desnecessário dizer que a maior parte dos queijos de qualidade franceses são elaborados com leite cru.
O queijo Canastra Real que será degustado “verticalmente” hoje na Escola Wilma Kovesi - por um grupo de chefes e jornalistas especializados, sob condução de Luciano Almendary, um dos maiores especialistas brasileiros em queijos - distingue-se, sob vários aspectos, do Canastra comum.
Historicamente, atribui-se a ele uma condição excepcional: só era elaborado no passado para ser dado de presente para autoridades e pessoas gradas. Seu tamanho permite um outro tipo de maturação da massa, ou seja, um afinamento mais complexo.
Ao apresentar este produto ao público institucional e a órgãos da imprensa especializada, o objetivo da SerTaoBras é chamar a atenção para esse que é um dos poucos produtos de terroir que possuímos e que, certamente, encerra inúmeras possibilidade de exploração culinária e gastronômica.
Pretendemos também facilitar os contatos comerciais com pessoas que podem suprir as necessidades de restaurantes e do pequeno comércio, cumprindo nossa missão de divulgação do produto com vistas a ampliar seu enraizamento social e produzir o aumento da renda dos pequenos produtores que a ele se dedicam há séculos sem qualquer apoio oficial.
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A cozinha inzoneira do Brasil
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2 comentários:
Oi Dória, pena que não fiquei sabendo. Se houver outra oportunidade por favor me avise.
abs
Alessander Guerra
www.cuecasnacozinha.com
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