A sinceridade e o humor dos garçons gaúchos é o mais tocante da hospitalidade dos velhos e tradicionais restaurantes.
Você vai ao Bavária, em Pelotas, com mais de 50 anos de existência. Depois de comer uns petiscos (o melhor é um croquete de carne e um chopp bem tirado) se aventura a jantar. Pede um stragonoff, que parece a coisa mais apetitosa, ou menos duvidosa.
Vem um picadinho nadando num molho de maisena e cogumelos de lata. Ninguém toca. Nem o garçom se toca, pois não pergunta sequer se quereríamos outra coisa. Mas queremos salvar a noite:
- Tem café de máquina?
- Não, aqui é Nescafé. Até eu dou umas fugidinhas pra tomar café no bar da esquina.
E você, no dia seguinte, vai jantar no Augusto, em Santa Maria. Daqueles restaurantes antigões, com estrela do 4 Rodas. Pede uma picanha. Vem dura, incomível. Devolve e o garçom diz:
- É. Picanha é uma loteria...
Daí, na hora do café:
-Tem café de máquina?
- Não, só passado.
- Que horas passou?
-Ah, o café fresco passou por aqui lá pelas 7 horas.
Pioso. Eram 10:30 da noite.
Meu amigo gaúcho diz que reclamo muito. De fato, trouxe pouco conformismo na bagagem.
27/05/2009
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3 comentários:
dória, adorei! minha bagagem tb está cheia desse negócio: o não-conformismo! que será de mim em BH, em breve?
Dória o filho do falecido dono do bavaria avacalhou um bocado o restaurante.
Me lembro que o filé a parmegiana era legal!
os camarões a milanesa tb, e a mostarda era bem forte. O chopps era clássico nba cidade.
Como ta a cidade?
Faz tempo que eu sai de lá e não voltei...
Abraços tádzio
Tadzio,
achei tudo desalentador. A cidade, na linha da "modernidade" que não é exatamente a que aprecio...
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