Falei faz pouco, por telefone, com Dna. Brazi e constatei que o que foi um pequeno “sufoco” – trazê-la novamente a São Paulo – se resolveu. Ela já está em território paulistano!
Nascida no sítio Nova Esperança, nas proximidades da comunidade indígena Marabitanas, Alto Rio Negro, filha de comerciante com mãe indígena, se identifica como baré e fala língua geral ou nheengatú. Com um breve intervalo de quatro anos em que viveu em Manaus para freqüentar escola primária, dona Brasi teve uma vida na beira do rio, de quintal, roça e mato. Convidada por Atala, ela esteve pela primeira vez em São Paulo em junho de 2009 para se apresentar no Paladar.
Dona Brazi é dessas cozinheiras que parecem surgir do nada mas, ao contrário, vêm de muito fundo. Das profundezas de uma cozinha indígena para a qual o Brasil perdeu a atenção, deixando-a confinada nos limites do país.
Sua cozinha, pelas características de São Gabriel da Cachoeira onde vivem índios de várias etnias (baniwa, dzawinai, mawliene, liedawienai, kadapolitana), é fortemente influenciada por ingredientes e modos de fazer desses brasileiros que vivem em terras remotas, quase na fronteira com a Colômbia.
Esta nova visita a São Paulo, dentro da programação especial da Livraria Cultura, chamada Vira Cultura, se dá quando acaba de sair um importante livro de receitas das índias de São Gabriel e cercanias: Comidas Tradicionais Indígenas do Alto Rio Negro, foi editado pelo Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, da Fiocruz, pela Editora da Universidade Federal do Amazonas e pela Ong FOIRN. São 87 receitas de cinco povos do Alto Rio Negro, e Dona Brazi conhece essas coisas como ninguém.
Dna Brazi estará na Livraria Cultura do Conjunto Nacional no dia 29, domingo, as 17 horas até 18:30, para um bate-papo com interessados.
27/11/2009
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