01/12/2009

Dna Brazi, a Luiz Gonzaga da cozinha

Foi bastante interessante o bate-papo com Dna. Brazi, no “Vira Cultura” da Livraria Cultura, no domingo à noite. Casa cheia, muito interesse, muitas perguntas, e a prova inequívoca do carisma dessa mulher. Riu-se muito das suas sacadas espirituosas. Restou uma misteriosa linha divisória que separa o que ela chama de “cozinha de branco” e “cozinha de índio”.

Lembrei de uma ocasião em que vi Luiz Gonzaga no Tuca. Ele brincava com o público, oferecendo um prêmio para quem acertasse por que ele estava ali, entre estudantes da Puc. Ninguém acertou, e ele explicou: “Olha, eu canto há mais de 40 anos em bailes, em festas com milhares de pessoas por esse Brasil afora, mas agora vocês resolveram, não sei o porque, que eu sou raízes (sic) da musica popular brasileira. Por isso estou aqui, no Tuca”.

Dna Brazi é a Luiz Gonzaga da cozinha brasileira. Ela vem de muito longe para responder a um desejo de “raízes”. Mas ainda pouca gente sabe distinguir, por exemplo, a cozinha do Pará das restantes Amazonias. Nem compreende os tipos de farinha, ou de onde sai o tucupi. No geral, a Amazônia é vista como um bloco. Talvez no passado a audiência urbana também não soubesse distinguir um xote de um maxixe (a música).

Muita gente da sanfona procurava imitar Luiz Gonzaga na sua interpretação imortal de Asa Branca. Outros, elaboravam suas próprias leituras da musica, como Caetano Veloso. Assim será com a mujeca de Dna. Brazi e outros pratos surpreendentes que ela traz para uma audiência de neo-estudantes-da-Puc.

1 comentários:

Claudia disse...

O Brasil não conhece o Brasil... estava com essa música na cabeça, vem bem a calhar.

C.

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