01/12/2009

Que gosto a China tem?

Luiz Horta tem razão: terroir é ideologia. As pessoas não sabem se aquilo que gostam vem da genética da vinha, da nutrição dela ou do trabalho humano que faz o vinho. Na dúvida, instituem a mistura mágica. Tudo se resolve assim: “ah, veio de tal terroir, percebe-se no aroma e no sabor!”

Muito bem. Li umas estatísticas norte-americanas que apontam um aumento de consumo de vinhos na China da ordem de 39,5% entre 2002 e 2006. No mesmo período, a produção deles cresceu 125,61%. Em termos simples, logo mais a China começará a exportar vinhos. Sua produção já é 2,2 vezes a da Argentina; 2,7 vezes a do Chile; 3,4 a da África do Sul; 5,4 a de Portugal; 5 a do Brasil.

É bom começar a investigar que gosto a coisa chinesa tem, discutir harmonizações etc. Enfim, traduzir a China em terroir, pois não há ideologia que se sustente sem passar pelo crivo da pura materialidade. Para desmanchar no ar é preciso ser sólido.

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