22/03/2010

A vez de Carlos Petrini no Entre Estantes & Panelas

O ciclo de debates, palestras e mesas-redondas Entre Estantes & Panelas – A gastronomia de Pensar, que tem curadoria do chef Alex Atala e do sociólogo Carlos Alberto Dória, abre a temporada 2010 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional com um convidado internacional: o italiano Carlo Petrini. Pergunte diretamente ao Slow Foodé o tema deste debate, mediado pela historiadora Wanessa Asfora, que irá tratar dos desafios enfrentados pela agricultura na atualidade, do papel e das conquistas deste movimento desde sua criação, da viabilidade desta aproximação entre o campo e a mesa nos centros urbanos, da importância dos chefs quanto ao resgate dos ingredientes locais e desenvolvimentos de uma cozinha mais consciente, do papel do governo e das universidades neste cenário e de casos bem sucedidos de apoio à sustentabilidade.

A vinda de Petrini ao Brasil está relacionada à segunda edição do Terra Madre Brasil – Encontro Nacional de Ecogastronomia, promovido pela Fundação Slow Food pela Biodiversidade, que acontecerá em Brasília, entre os dias 19 e 22 de março, com o objetivo de reunir chefs de cozinha, pesquisadores, acadêmicos, estudantes, jornalistas especializados, produtores e consumidores para debater temas como alimentação e sustentabilidade. A presença do jornalista italiano é o ponto alto do evento. Sua passagem por São Paulo inclui uma sessão de autógrafos de seu recente lançamento, Slow Food - Princípios da nova gastronomia, sobre o papel do gastrônomo enquanto um coprodutor ativo na mudança do planeta, visando um mundo mais justo e sustentável. O autor receberá o público na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, logo após o debate.

Sobre o palestrante

Carlo Petrini fundou a associação Arcigola, no começo dos anos 80, com o objetivo de valorizar a cultura da convivialidade e promover a ecogastronomia de qualidade. Em dezembro de 1989, assinou o Manifesto Slow Food com mais de vinte delegados de diferentes partes do mundo e foi eleito presidente, cargo que ocupa desde então. Também foi o criador do Terra Madre, uma rede de 2000 comunidades do alimento, que reúne produtores, criadores, pescadores do mundo todo. Como jornalista, escreveu para jornais italianos como Il Manifesto e La Stampa, e atualmente contribui com o jornal La Repubblica (membro do grupo L’Espresso). Em 2003, junto com o jornalista Gigi Padovani, Petrini publicou Slow Food Revolution e, em 2005, Buono, Pulito e Giusto – Principi di uma Nuova Gastronomia, traduzido para o português em 2009 pela editora SENAC com o título Slow Food – Princípios da nova gastronomia. Em seu último trabalho, Terra Madre – Come non farci mangiare dal cibo, publicado pela editora Giunti – Slow Food Editore, atualiza suas teorias, analisando a crise econômica mundial e o modelo de desenvolvimento que a causou. Premiado pelo mundo acadêmico, recebeu um reconhecimento honorário em Antropologia Cultural do Istituto Universitario Suor Orsola Benincasa de Nápoles, em 2003. Em 2004, foi nomeado Herói Europeu pela revista Time, e outro reconhecimento honorário lhe foi concedido pela Universidade de New Hampshire nos Estados Unidos, em 2006, por suas conquistas como um precursor revolucionário e fundador da Universidade de Ciências Gastronômicas. Petrini foi o único italiano a aparecer na lista 50 People Who Could Save the World, realizada pelo jornal inglês The Guardian, em 2008.

Sobre a mediadora


Wanessa Asfora é historiadora, doutora e mestre em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), docente da pós-graduação do Centro Universitário SENAC São Paulo e membro correspondente da revista científica Food&History do Institut Européen d'Histoire et des Cultures de l'Alimentation. Atualmente, desenvolve pesquisas na área de história da alimentação medieval, mais especificamente sobre livros de receitas da Alta Idade Média.

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