Bastante discutível (no bom sentido) a tese de hoje do Paladar: a cozinha francesa está se libertando da cozinha francesa. Várias matérias procurando mostrar que há vida inteligente atrás dos fogões franceses, depois de longo período de pompa e “bistroismo”. Uma geração de chefs promissores, após aggiornamento. Tudo parece dar razão ao lado esperançoso de Françoise Simon.
Yves Camdeborde desabafa: “viramos escravos de um estilo, de uma etiqueta. Vá a um três estrelas tradicional. Você verá apenas magnatas estrangeiros, comendo solenemente. E a comida? É triste”. Na outra ponta, Jacques Trefois faz o elogio de Christophe Pelé, um ex-“escravo” liberto. Há vida inteligente em toda parte, está claro.
Mas por que devemos nos preocupar com a sorte da culinária francesa? Talvez alguma nostalgia? Cabe razão a Alexandre Cammas, o dono do novo (ou futuro) Gault-Millau, o Le Fooding: “cada período tem seus esnobismos. Neste momento as pessoas buscam produtos de qualidade, orgânicos, locais, com gosto puro”; acrescentando que “a moda da cozinha molecular está fora de moda. É o problema de sempre com a moda”.
Em matéria de nacionalismo, a moda da França já passou. Talvez da Espanha também. Quiçá venha por ai uma moda chinesa. Mas, francamente, o bom é o bom em qualquer lugar. Por que não em Paris?
16/09/2010
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1 comentários:
Seria esta a busca pelos "produtos de exceção", na sua essência, acessíveis a todos?
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