07/02/2011

O caminho do meio

Esse negócio de se comer bastante fora de casa, e o preço alto dos restaurantes, tem estimulado um novo tipo de estabelecimento: as rotisseries onde se come, além de levar para casa. Nelas, recupera-se a integridade das soluções alimentares para o dia, incorporando o comer em casa sem tanto esforço de preparação, o que condiz com a vida corrida da maior parte das pessoas que trabalham na grande cidade.

A novidade é a propagação desse gênero de rotisserie onde se pode também almoçar. Mas digamos que o modelo não é novo. Basta lembrar o Garabed, uma série de outros árabes (o Atalah, por exemplo). Nesse modelo, a Casa da Li é o lugar mais festejado pelo povo in da gastronomia.

Mas, agora, começam a surgir investimentos grandes nesse modelo. O Garcia & Rodrigues é um bom exemplo. Mais recente ainda, o Manuali, que fica em frente ao empório Santa Luzia É um negócio corajoso e inteligente.

Corajoso porque é muita grana investida, num ponto caríssimo e enfrentando diretamente a concorrência da Meca da gastronomia. Inteligente porque ataca no ponto fraco do paulistano: a paixão por massas, e pode se beneficiar do público que o Sta Luzia atrai (inclusive do seu estacionamento!). Mesas em mármore preto denunciam esse propósito de dialogar com o publico dito "AAA, top, top, top, mais, mais, mais!"

Como diferencial, apresenta farinhas italianas – de trigo e de sêmola. Mas confessam que tem farinha de trigo canadense e russo também. Well...

É uma casa que tem tudo para dar certo, especialmente ao treinar melhor os funcionários na sua culinária e melhorar as sobremesas. Por enquanto apresenta um semifredo pífio, uma mousse de chocolate com gelatina (bavaresa, então, não é?) e excesso de aromatizante, além de outros pequenos deslizes. Como na decoração: excesso de imagens culinárias, dessas de bancos de imagens que dão um inequívoco aspecto fake ao estabelecimento.

Mas não tenhamos dúvida: a tendência atual é essa mesma, de estabelecimentos focados num só produto, o que favorece a percepção do conceito da casa. No mundo todo está surgindo e se multiplicando esse tipo de estabelecimento especializado em um único prato ou ingrediente de nicho, como a massa, o chocolate, o brigadeiro ou seja lá o que for. Nessa direção, o nosso pioneiro é o Jardim di Napoli, com seu (execrável) polpetone.

2 comentários:

Unknown disse...

Opa! Achei que só eu não gostava do polpetone do Jardim di Napoli. bjs

e-BocaLivre disse...

Roberta,
acho que somos dos poucos a não gostar daquele mini-disco-voador deep fried!

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