Depois de 16 anos, Isabel Alexandre não trabalha mais na Editora Senac-SP. Foi demitida ontem, pondo fim a uma série de substituições que começaram ainda no primeiro semestre. Todos que editaram algum livro pelo Senac-SP sabem muito bem a perda que isso significa. Num país onde o livro é o que é, o valor da especialização torna-se enorme. O projeto de uma editora diferenciada por seus títulos, acabou.
Com quase absoluta certeza, os próximos livros não serão escolhidos segundo um critério de valor cultural específico mas, sim, pelo seu significado comercial. Muito provavelmente, os gerentes de área do Senac-SP indicarão os títulos a serem editados. As "apostilas" serão convertidas em "livros". Assuntos polêmicos, questões de vanguarda, literatura crítica - tudo isso faz parte da Editora Senac-SP que se encerra.
A transformação da editora - indiscutivelmente bem sucedida nesses anos todos - é a culminação do processo de redirecionamento da instituição para o ensino técnico, segundo a nova política do governo federal. Só podemos lamentar que um projeto que cresceu, a par com a relevância que a gastronomia veio adquirindo no país, seja engavetado sem mais, numa troca de comando editorial decidida pela burocracia encastelada num organismo tão sui generis como o Senac.
20/10/2011
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2 comentários:
Agradeço publicamente à Isabel pelo entusiasmo com toques de paixão espanhola que mostrou pelo meu projeto de livros na contra-mão culinária. Esperemos que seus próximos passos continuem sendo a favor da boa cultura informativa.
Sinto muito por esta perda! A Editora SENAC São Paulo, na pessoa de Isabel, engrandeceu a literatura gastronômica científica com excelentes livros nacionais e grandes traduções.
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