17/10/2013

O que os (im)biografáveis comem depois do show e o que os cozinheiros gostariam de ler



A capa de Comida apresenta o que os “famosos” (sic) comem no camarim depois dos shows. Fala sério: você tem interesse em saber o que Sandy come a qualquer hora do dia? Será que come mingau de aveia pela manhã, por exemplo? Enquanto isso, Paladar resolveu apostar a capa em livros de gastronomia, tirando sua lasquinha da Feria de Frankfurt, para onde mandou o repórter patrocinado pelo Governo do Estado de Minas. Traz também matéria com Joan Roca, que está em São Paulo, sobre o qual Comida silencia de modo eloquente. 

As matérias de Paladar geraram duas mini entrevistas: com Emília Terragni, é  executiva da editora Phaidon, onde Atala foi amarrar o seu burro para lançar mundialmente o livro sobre ingredientes; além de uma breve entrevista com Joan Roca, que diz: “como tendência, é a vez da culinária da América Latina, que se apresenta potente, com todos os seus produtos. Como momento, há uma evolução social na gastronomia, os cozinheiros nunca foram tão bem formados e preparados”.

O Così e o Le Bilboquet, na onda de resistência ao edil que quer proibir foie gras na nossa apazível cidade, servem menus com o dito cujo. Aproveitem, pois pode ser o canto do cisne (ou do ganso, ou do pato).

Você pode ser novato na cozinha, desses que se apegam às receitas pelo medo de errar. Mas se esta for a receita de cuscuz de grão de bico e legumes à indiana que Comida traz, ai é que não chegará mesmo a lugar algum. A razão é simples: ela não usa farinha de milho mas, sim, “amido de milho” que até o google sabe que se trata da famosa Maizena. A precisão se esconde nos detalhes, e o seu produto irá ficar uma gororoba - mais parecido com recheio de torta do que com cuscuz. Se oriente, não leve receitas muito a sério.

Murakami, num momento mórbido, confessa que gosta de assistir autópsias e operações. Hum. Espero que isso nada tenha a ver com a sua culinária. Josimar nos conta que o Fasano continua o mesmo, apesar da mudança de chef e de algumas esferificações. Nina Horta compara mercados e mercadinhos paulistanos e cariocas & desfila outras reminiscências. 

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