12/02/2015

Uarini: #eucomofarinhadaboa


Pelo andar da carruagem, a farinha de mandioca de Uarini, no Amazonas, vai virar carne de vaca. Outrora chamada “ovinha”, por quem queria esconder sua origem por alguma razão egoista, a farinha de Uarini se caracteriza pelo modo de fazer e pela peneira pela qual passa.

Ela é boa? Algumas são excelentes, outras nem tanto. Todas “uarini” pela forma. Na verdade é uma denominação que vai se firmando, como a “farinha de Bragança” - nome que também abriga muita coisa não boa feita naquele município paraense. Há farinhas feitas com novas variedades de mandioca desenvolvidas pela Embrapa, mais produtivas, mas branquelas, às quais se acrescenta corantes para parecerem aquelas mais tradicionais, feitas com mandioca brava amarela. Fraude é o nome disso.

As denominações de origem geográfica não são o mesmo que denominações de origem controlada (os DOCs). Só dizem de onde vem, e silenciam sobre os produtores e métodos de produção. Como os queijos “canastra”. Por isso há associações de produtores de queijo que procuram zelar pela qualidade.





 Hoje os chefs, chefinhos e chefetes já conseguem distinguir os bons queijos da Canastra (de produtores como o Seo Zé Mário, João Leite, João Melo, Luciano, etc), separando o joio do trigo; ou seja, a uma mesma origem geográfica acrescentam a qualidade “controlada” por eles. O mesmo precisa ser feito com as farinhas.

Seria muito bom se os chefs, chefinhos e chefetes discutissem e adotassem critérios e ações visando a classificação da qualidade das farinhas de mandioca, além da origem. Com Lei Rouanet ou sem Lei Rouanet, bem entendido.  E para que não se fique de mão abanando no sudeste, o mesmo pode ser feito com as farinhas de milho. Proponho que se crie uma campanha tipo #eucomofarinhadaboa e se corra atrás delas. Já seria um grande passo fazer isso com aquelas de Bragança e de Uarini. A campo gente boa!

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