25/03/2015
A inflação do "pão francês" é oportunidade de mudar sua composição
Mais uma vez, o dólar escorrega para os nossos pratos. A previsível inflação do “pão francês”, estima-se, deve chegar a 8% por conta do aumento do dólar e da eletricidade.
Mais uma vez, é difícil entender por que o governo não dobra os moinhos de trigo, admitindo a inclusão da farinha de mandioca no pãozinho dito “francês” - esse pãozinho “legal”.
Há alguns anos, o deputado Aldo Rebelo apresentou projeto de lei alterando a composição do “pão francês”, incluindo 10% de fécula de mandioca. Foi uma grita geral, com o moinho Pacífico, de Lawrence Pih, ameaçando se mudar para a Argentina se a medida fosse aprovada. Recuo geral no front político.
Como procurei mostrar na oportunidade, as farinhas, como tudo que se come, expressam também um perfil de classe. Mexer na composição do pão é, simbolicamente, mexer na ordem social.
Não acredito em qualquer prejuízo culinário pela adoção da mandioca como uma das matérias-primas do “pão francês”. O único pão que tem definição legal de seus componentes foi assim estabelecido em benefício dos trabalhadores. Hoje, o interesse dos mesmos trabalhadores exige que se flexibilize sua fórmula ou receita, já que a rigidez atende apenas aos interesses dos moinhos de trigo. Vamos lá, gente: coragem!
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