Quem lide com alimentação em qualquer nível precisa ficar esperto. A ciência tem mudado a compreensão do processo alimentar humano. Jean-Pierre Poulain nos disse recentemente: “Uma revolução científica que vem sendo preparada é a da epigenética, que vai transformar radicalmente o que desenvolvemos até hoje como relações entre a biologia e as ciências sociais. Nestas últimas, a alimentação será um dos campos empíricos mais importantes”.
E acrescentou: “Nós estamos no limiar de uma revolução científica sobre a questão das relações entre os nossos gens e os modelos alimentares que, sem nenhuma dúvida, vai afetar profundamente nossa maneira de comer. Ela tem, de fato, tres dimensões. A primeira é nutrigenética, que começa a decifrar, através da história das gerações, a influência dos contextos e modelos alimentares sobre o portfólio de gens sobre o qual o “acaso” age para formar o genoma de um indivíduo. A segunda é a epigenética. O que a mãe come durante a gestação favorece ou bloqueia a expressão duradoura de certos gens da prole. Por fim, após o tempo longo da nutrigenética e o tempo curto da epigenética vem um terceiro tempo. O tempo da nutrigenomica. Ela se interessa pela influência do que o indivíduo come sobre a expressão dos seus gens. Ele come muita pimenta, muita ou pouca carne, bebe alcool, chá verde... A alimentação não muda o patrimônio genético, mas a maneira como os gens se expressam”. ( Dossiê Gastronomia da Revista Cult, 2015).
Isso tem implicações também para a noção de terroir, não é verdade?
O curso que estamos oferecendo no Mackenzie é para quem se toca que é preciso acompanhar a evolução das ciências para não ficar para trás. A epigenética será um dos temas tratados.
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