Chefinhos: são aqueles meninos e meninas (cada vez mais jovens, aliás) que adoram circular pela rua envergando sua roupa de trabalho. Lembram os fuzileiros navais norte-americanos que alegremente passeavam pela Itália depois da libertação. Andavam, gloriosos, sobre os escombros do nazi-fascismo e sob as saudações das moçoilas sorridentes. Assim se vê nos filmes norte-americanos.
Os chefinhos são protagonistas de um filme que imaginam estamos assistindo. O que sabem fazer não é resultado do aprendizado duro, do estudo, da experimentação. Se vêem como dotados de um dom. Ora, o dom é sempre algo pensado como de origem divina. Nada tem a ver com o esforço e a dedicação de cada um. Por isso sentem-se à vontade ao rimar pequi com tambaqui e estamos conversados!
Chefões: são os chefinhos crescidos e estabelecidos. Adoram deitar regras para todos. Olham o mundo de braços cruzados, nariz empinado, como encarnações do imperial Paul Bocuse.
Gosto mesmo é daqueles que, em qualquer idade, humildemente, se autodenominam, como Santi Santamaria, cozinheiros. Um ofício secular, que todos estimamos e prestamos as devidas homenagens. Homens e mulheres que, diante da natureza e dos fogões, possuem apenas duas mãos e o sentimento do mundo. Alguns cozinham maravilhosamente. Até temos vontade de chamá-los "chefes de cozinha".
17/03/2009
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5 comentários:
Gostei!
Coloquei o seu blog no meu.
Abraços!
pode parecer muito brega o que vou dizer agora, mas foi um texto super romantico... uma declaração de amor!
beijos
Olá Dória,adorei o blog,vou visitar todos os dias!
Li um texto que dizia que nossa "moqueca" deriva do moquém/moquear.Estou curiosa se isto é verdade já que são dois métodos de cocção tão distintos.Você tem algum material sobre isso?
Caramba, isto aqui mais parece um oásis de sabedoria em meio a tanta mediocridade, que uns tantos midiático denominam "gastronomia"
Lino Ramos/BH/MG
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