24/07/2009

Botarga, poutargue: popular & aristocrática

A botarga, produto conhecido há 3.500 anos, desde os antigos egípcios, é fruto da desidratação ao sal e sol das ovas de tainha ou atum. Parece que se difundiu por todo o Mediterrâneo a partir dos fenícios.
Ela era um alimento fundamental na dieta dos pescadores que saiam ao mar. Hoje, quando essa necessidade desapareceu, pode transformar-se em produto de luxo. É um dos produtos oferecidos pelas butiques gourmands do grupo Petrossian (que a chama aristocraticamente de poutargue).
É muito interessante encontrá-la em forma “rustica” no Ver-o-peso. Em saquinhos de plástico, penduradas nas barracas que vendem peixe seco; ou em baciadas, nas bancas que vendem peixe fresco. É sempre ova de tainha salgada e seca ao sol, custando R$ 15 o quilo, quando na Casa Santa Luzia ultrapassa a marca dos R$ 400; no Petrossian, € 166.
São diferentes? São. A do Ver-o-peso é boa? Também. Tem sabor de aventura fenícia... (os fenícios não estiveram no Brasil para fazer inscrições incompreensíveis na pedra da Gávea?). Comi ontem com massa. Em breve farei em risotto, como Petrossian recomenda. E poderei rir um riso misto de aristocrático e pequeno burguês ixxperto.

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