31/08/2009

A conta final

Alguns acham que a queda de movimento foi em torno de 30%; outros, de 50%! Ninguém se entende. Mas o número de falências aumentou 26,3% e 6.567 restaurantes fecharam as portas entre 2008 e 2009. Esses são números e duvidas que surgem quando as associações profissionais de restauranteurs franceses discutem a crise setorial que incide de modo dramático, especialmente em Paris. A baixa dos tickets médios, a queda dos almoços de negócios são as explicações encontradas.

Como é a sociedade que dita as modas para os restaurantes, e não ao contrário, a crise já se expressa também na baixa de preços. Há brasseries que oferecem o “menu des familles” a € 19,50: hors-d´oeuvre clássicos; andouillettes, filé ou tartare; pêche Melba ou poire Belle-Hélene. Nada ruim.

Gente estrelada, como Régis Douysset, oferece menu a apenas € 44: supreme de pombo e coxas confitadas com repolho frisé; ou cordeiro de Lozère, polenta e alcachofra. No Guy Savoy, os clientes são estimulados a partilhar o menu (meias entradas e um prato do cardápio e meia sobremesa) por € 100 cada. Alain Ducasse anunciou a trufa negra a preço fixo em quatro de seus estabelecimentos.

Para Douysset, “tempos de crise são épocas de criatividade”. São tempos também que põem em circulação a frase memorável do escritor Jean Paul Aron: “a suntuosidade é uma síntese do esplêndido e do inútil”. Por isso não é difícil para os donos de restaurantes abrirem mão dela; seus clientes comprovadamente já o fizeram.

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