No trecho que se chama Passeo de Recoletos, o Passeo de la Castellana dispõe a seus pés o restaurante El Espejo.

Uma obra-prima art nouveau. São dois salões magníficos e, do outro lado da rua, no meio da alameda, uma terraza pra lá de agradável para se tomar uma cerveja e “picar” umas comidinhas. Vez por outra, os garçons atravessam a rua com as bandejas trazendo lá de dentro o que os clientes pediram. Callos a madrileña para que gosta de dobradinha, tortilla de batata a mais tradicional, pimientos recheados de lula; ou mesmo os imbatíveis presuntos, queijos manchegos e coisas assim que se encontra por toda parte e que os turistas nem sempre descobrem que existe. Fique por ali uma hora ao menos, e antes de tomar o ônibus novamente, tome um café na parte interna do restaurante. E não deixe de ir ao banheiro, pois poucos banheiros merecem a atenção que o de El Espejo merece.

Sim, de noite você deve ir ao Botin descendo da Plaza Mayor pelo Arco de los Cuchilleros. Afinal, este restaurante está lá, à sua espera, desde 1725, e se Hemingway ia sempre, por que não ir comer o seu cochinillo assado como ele fazia? Ou simplesmente ir de novo, se já foi em outra viagem. Madri é ideal para se ensaiar tradições pessoais. Mas chegue bem antes, ou o suficiente para, descendo a rua, comer como aperitivo, numa tasca galega que há por ali, umas navajas a la plancha; ou uma oreja a la plancha – ou os dois. São coisas dos deuses, corretamente feitas. Não adianta dizer o que são, pois nenhuma descrição substitui o prazer de experimentar pela primeira vez, e com a vantagem de dispensá-lo de se empanturrar de pão enquanto o cochinillo não chega.
No dia seguinte, feliz, você levantará de alma mais leve para seguir em direção à Rioja. Certamente alugará um carro, ou irá de trem, pois ninguém é de ferro para tanto avião!
(Segue. Novo capítulo amanhã)
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