
Ele morreu em 1776. Escreveu mais de mil páginas, de cabeça, sem consultar uma só fonte! E no entanto é um panorama vastíssimo dos recursos naturais da Amazônia, seus usos por brancos, índios mansos e índios bravos. Discorre sobre as ditas "drogas do sertão", sobre a mandioca e sua cultura, frutos, animais, etc etc.
Isso sem contar o seu magnífico estilo setecentista, que é um prazer adicional da leitura. Eis um exemplo: "é erro o dizerem alguns que as pérolas se fazem do orvalho puro da madrugada, que as ostras vêm beber à superfície das águas sossegadas, porque as ostras estão pegadas às pedras de sorte que são necessários picões para as arrancar. O mais verossímil é que as pérolas se criam nas ostras de algumas partículas de unhas de caranguejo ou quid simile que elas comem, e depois se vai aumentando, coagulando, endurecendo, e aperfeiçoando".
Quem não haja lido este padre não pode dizer que conhece a Amazônia - seja biólogo, antropólogo, culinarista ou o que for...
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