08/12/2009

Apequenamento dos peixes

O Luiz Américo tem defendido a boa causa dos peixes. Recentemente postou uma denuncia sobre a diminuição de tamanho dos animais nas feiras e mercados (abaixo dos 35 cms permitidos), a par com seu encarecimento. E registrou também a propagação dos pratos com robalo nos restaurantes (sushi, ceviches, pratos quentes).

Pois levei um papo com meu peixeiro sobre o vermelho, também apresentado em tamanhos pequenos. Tinha me acostumado com os vermelhos enormes, de 4 a 5 quilos que, não sei por que diabos, os peixeiros só vendiam inteiros. Nunca em postas ou filés, alegando que “rendem pouco”. Era um custo encontrar alguém para dividir o peixe.

O fato é que os peixões, vindos da costa do Maranhão, já não estão tão freqüentes. Surgiram, em substituição, os pequenos, de 1 a 1,5 quilos. Os peixeiros dizem que, agora, os grandes vão direto do Ceasa para os restaurantes e os pequenos para as feiras. Mas reconhece que antes não se pescava os pequenos. Conclui que o vermelho está em franco processo de “robalização”, conforme denuncia Luiz Américo.

Animais pequenos são sinais de predação da espécie. Mas, no geral, temos pouco conhecimento sobre os recursos pesqueiros do Brasil que, aliás, não são tão fartos quanto se imagina. E também não estamos vigilantes quanto ao manejo. Ouvi dizer que o aparecimento mais freqüente do tamboril se deve à pesca feita em águas mais profundas, justamente porque os peixes mais superficiais escasseiam.

Não vejo como mudar essa situação se não houver uma tomada de posição dos consumidores institucionais (restaurantes e indústrias). Mas, a julgar pelo que ocorreu com o salmão – espécie que já quase foi pro beleléu, sendo substituída pelos equivalentes frangos-d´água doentios, coitados – não temos razões para sermos otimistas.

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