O ciclo de debates, palestras e mesas-redondas Entre Estantes & Panelas – A gastronomia de Pensar, que tem curadoria do chef Alex Atala e do sociólogo Carlos Alberto Dória, abre a temporada 2010 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional com um convidado internacional: o italiano Carlo Petrini. Pergunte diretamente ao Slow Foodé o tema deste debate, mediado pela historiadora Wanessa Asfora, que irá tratar dos desafios enfrentados pela agricultura na atualidade, do papel e das conquistas deste movimento desde sua criação, da viabilidade desta aproximação entre o campo e a mesa nos centros urbanos, da importância dos chefs quanto ao resgate dos ingredientes locais e desenvolvimentos de uma cozinha mais consciente, do papel do governo e das universidades neste cenário e de casos bem sucedidos de apoio à sustentabilidade.
A vinda de Petrini ao Brasil está relacionada à segunda edição do Terra Madre Brasil – Encontro Nacional de Ecogastronomia, promovido pela Fundação Slow Food pela Biodiversidade, que acontecerá em Brasília, entre os dias 19 e 22 de março, com o objetivo de reunir chefs de cozinha, pesquisadores, acadêmicos, estudantes, jornalistas especializados, produtores e consumidores para debater temas como alimentação e sustentabilidade. A presença do jornalista italiano é o ponto alto do evento. Sua passagem por São Paulo inclui uma sessão de autógrafos de seu recente lançamento, Slow Food - Princípios da nova gastronomia, sobre o papel do gastrônomo enquanto um coprodutor ativo na mudança do planeta, visando um mundo mais justo e sustentável. O autor receberá o público na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, logo após o debate.
Sobre o palestrante
Carlo Petrini fundou a associação Arcigola, no começo dos anos 80, com o objetivo de valorizar a cultura da convivialidade e promover a ecogastronomia de qualidade. Em dezembro de 1989, assinou o Manifesto Slow Food com mais de vinte delegados de diferentes partes do mundo e foi eleito presidente, cargo que ocupa desde então. Também foi o criador do Terra Madre, uma rede de 2000 comunidades do alimento, que reúne produtores, criadores, pescadores do mundo todo. Como jornalista, escreveu para jornais italianos como Il Manifesto e La Stampa, e atualmente contribui com o jornal La Repubblica (membro do grupo L’Espresso). Em 2003, junto com o jornalista Gigi Padovani, Petrini publicou Slow Food Revolution e, em 2005, Buono, Pulito e Giusto – Principi di uma Nuova Gastronomia, traduzido para o português em 2009 pela editora SENAC com o título Slow Food – Princípios da nova gastronomia. Em seu último trabalho, Terra Madre – Come non farci mangiare dal cibo, publicado pela editora Giunti – Slow Food Editore, atualiza suas teorias, analisando a crise econômica mundial e o modelo de desenvolvimento que a causou. Premiado pelo mundo acadêmico, recebeu um reconhecimento honorário em Antropologia Cultural do Istituto Universitario Suor Orsola Benincasa de Nápoles, em 2003. Em 2004, foi nomeado Herói Europeu pela revista Time, e outro reconhecimento honorário lhe foi concedido pela Universidade de New Hampshire nos Estados Unidos, em 2006, por suas conquistas como um precursor revolucionário e fundador da Universidade de Ciências Gastronômicas. Petrini foi o único italiano a aparecer na lista 50 People Who Could Save the World, realizada pelo jornal inglês The Guardian, em 2008.
Sobre a mediadora
Wanessa Asfora é historiadora, doutora e mestre em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), docente da pós-graduação do Centro Universitário SENAC São Paulo e membro correspondente da revista científica Food&History do Institut Européen d'Histoire et des Cultures de l'Alimentation. Atualmente, desenvolve pesquisas na área de história da alimentação medieval, mais especificamente sobre livros de receitas da Alta Idade Média.
22/03/2010
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