A dificuldade histórica é enorme na análise de uma culinária. Especialmente quando queremos compreender certas associações que são perenes. Por exemplo, o tempero que associa alho, cebola, salsinha e que tem uma aplicação quase universal na culinária brasileira. O limão com peixe é outro exemplo. Outras foram claramente evitadas, como manga com leite.
Na doçaria há outras associações de ingredientes, igualmente perenes. Abóbora com coco é uma delas. Outra, constante no bolo de fubá, é a erva doce. Fubá e erva doce formam uma frase culinária. Nos doces em compota, o cravo.
Independentemente de gostarmos ou não, é dificil saber como essas coisas foram se associando, se justapondo ao longo da história. Talvez não tenha qualquer importância descobrir a formação histórica dessas associações, mas é importante ver como, no presente, esses gestos são repetidos mecanicamente, talvez deixando de lado a possibilidade de se experimentar outras associações igualmente sedutoras em termos gastronômicos.
25/06/2012
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2 comentários:
Vc está certo em colocar em pauta esse questionamento. A gastronomia é rica em ingredientes e essa diversidade deve ser sempre explorada , propiciando combinações diferentes e sensações e prazeres novos. Se continuarmos a fazer sempre igual, não teremos a chance de descobrir maravilhas não imaginadas juntas antes...
Caro Dória, acabo de me tornar seguidora de seu blog.Sempre é bom escutar você falar dessa busca de nossa culinária. Foi em vários momentos para mim revelador. Obrigada.
E depois, gostaria de dividir com vocês as delícias que descobri no último domingo: mocotó de porco e arroz de suan.
Um abraço,
Fabiana.
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