Priscila Pastre-Rossi, que viajou à Noruega a convite do Conselho Norueguês da Pesca, assina matéria de capa do Comida onde diz que “essa Noruega gastronômica, de pouca visibilidade para os brasileiros, merece ser conhecida”. Num barco com diplomatas, chefs, jornalistas e marinheiros ela pescou duas cavalinhas. Emoção norueguesa...
Priscila se auto-denomina “esta repórter” ou “a reportagem”. Deve ser código prescrito de boa conduta jornalística, embora soe majestático demais para o meu gosto.
Priscila foi visitar uma oficina de salga de bacalhau. Nenhuma palavra sobre a grande ameaça que paira sobre os estoques pesqueiros do dito cujo. Mesmo desse lado do Atlântico, existem pessoas (Julien Mercier, p. ex.) que fazem campanha aberta em prol da preservação do distante bacalhau. A política ambiental, e não só o comércio, é um aspecto da globalização. Bem, ainda que haja “transparência” (quem pagou a viagem), quando se aceita um convite não se deve falar mal do anfitrião. Mas a matéria de Laura Capriglione sobre atum, que citei quinta feira anterior (ver abaixo), continua sendo modelo que Comida deveria seguir, ao menos no caso da bacalhau.
Luiza Fecarotta assina reportagem sobre “o melhor pastel” - aquele que ganhou o concurso promovido pela prefeitura de São Paulo. Eram 20 concorrentes, e o juri incluía chefs que se tornaram mais íntimos da prefeitura, mesmo depois das fracassadas negociações para uma Virada Gastronômica na cidade ainda em 2012. Pastéis da vila Carrão - que valeram um prêmio de 5 mil reais para a família Kanashiro - se tornam “modelo”. Os premios como esse diminuem a diversidade, me parece, pois estimularão a imitação.
André Barcinski, o que come na contramão, dá endereços onde se comer na madrugada, mesmo que seu desejo seja, por exemplo, uma feijoada. Ninguém tem culpa diante dos próprios desejos, não é?, pois eles simplesmente surgem...
Resenhas. Josimar resenha o Shin-Zushi, um dos melhores japoneses da cidade, agora com um novo shushiman convidado que ficará até o final do ano, antes de abrir casa própria. No lugar da coluna da Corvo, o camarada das cervejas... Nina Horta continua com o tema dos uniformes, mas ainda patina, apesar da ajuda da Valentina, filha da Ana Soares, com passagens pela Huis Clos e por escolas parisienses. Os uniformes são assunto inconclusivo.
Na banca perto de casa, ainda não chegou O Estado de São Paulo. Jornal é como pão. Se devora cedinho. Ficamos então por aqui.
30/08/2012
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