06/09/2012

Leitor de 5ª: entre a Anvisa e a museificação da culinária

Receitas. Eis o tema dos livros de sucesso da atualidade culinária. James Oliver e Claude Troisgros bombam num pais que pouco lê. E é possível que continue a ler pouco, mas lá estão os tais livros, ocupando o lugar que outrora foi da Encyclopaedia Britannica. Pouca gente admite, mas a literatura tem uma importante função decorativa. A matéria de capa do Comida é sobre o boom dessas obras que colecionam receitas que, com certeza, também se encontram disponíves na web.

Reportagem de Luiza Fecarotta dá conta da inauguração do museu de cozinha caipira na Fazenda Capoava, de Maria Alice Setúbal. A curadoria é de Ricardo Ribenboim que, anos atrás, reuniu um time pesado de jornalistas, antropólogos, cozinheiros, para anunciar um ambicioso plano de fazer um Museu da Alimentação, com apoio governamental. A coisa não saiu do papel e aquilo deu nisso.

Alexandra Forbes escreve para dizer que “natural” não é sinônimo de “bom” e que há diferenças entre “orgânico” e “natural”. Enfim, que podemos continuar tomando nosso vinho com sulfitos, talvez melhores do que os naturebas. É verdade. Sobre esses conceitos, melhor remeter o leitor ao que escrevi há pouco mais de dois anos:

Fronteiras da gastronomia I

Fonteiras da gastronomia II

Fronteiras da gastronomia III


Alexandra Corvo, mostra que Soave não é o mesmo que suave, e pode ser um vinho bem bom. Luiz Horta traz os vinhos gregos no Paladar. Nina Horta especula sobre a memória de cheiros e sensações. Você lembra da sua primeira ostra ou ela inda não aconteceu?

Paladar aposta no front de luta dos cozinheiros contra o babbysiterismo da Anvisa. Lança manifesto de pessoas envolvidas com alimentação, reivindicando maior transparência, valorização da agricultura familiar, capacitação da fiscalização, pesquisa aplicada, canais de diálogo. Enfim, é preciso salvar a Anvisa da esclerose múltipla e galopante.

Reportagem de Braulio Pasmanik percorre Barcelona. Dentre os destaques óbvios, um não-óbvio: a taperia Quimet & Quimet - um dos melhores lugares do mundo para se tapear, desde 1914.

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