10/04/2013

O esforço em prol do artesanato culinário ganha fôlego


Se depender de grandes chefs franceses, como Alain Ducasse e Joel Robuchon, entramos numa nova fase de informação para o público, segundo a imprensa internacional: os restaurantes artesanais serão identificados por um novo selo, diferenciando-se daqueles industriais. Como diz Ducasse, “dos 150 mil restaurantes franceses, três quartos são industriais. Os demais lutam para cozinhar os produtos frescos. É a estes que nos dirigimos”.

Os valores dos artisans restaurateurs” serão o caseiro e a hospitalidade. Militante da qualidade, esse grupo, liderado agora por 15 grandes chefs, se oporá aos commerçants restaurateurs”. Enfim, nada de leite condensado, de Nutella, nem dos famosos fonds, hoje produzidos pela Nestlé. Mostrar a origem de seus produtos e seus métodos de preparação será o novo mote. Os candidatos serão aqueles aprovados pelo grupo que concederá o novo selo. Mas, para tanto, os clientes também irão responder a um questionário na internet sobre a qualidade dos alimentos e da hospitalidade e devem aprovar por mais de 75%.

Alain Ducasse parece ter uma motivação nacionalista também: "nós não podemos deixar a mídia anglo-saxã continuar dizendo que a França já não é a mesma que era no passado”. Dai a necessidade de aggiornamento do conceito de qualidade.

Nada mal como iniciativa. Para a Itália já existe o excelente Osterie d´Italia, do Slow Food. Mais e mais o cliente parece buscar esse tipo de informação, ao invés das frescuras que abundam nos guias que vemos por aqui. Nada impede que se adote as mesmas boas práticas. E é sempre melhor sair na frente do que ter que correr atrás.

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