O “Brasil do acarajé e do tucupi” está no campo de interesse do Ministério da Cultura, disse o ministro Juca Ferreira no seu discurso de posse. Na ocasião, citou também que a “cultura alimentar” estará no foco de atenção da pasta.
Que a “cultura alimentar” seja equiparada a outros focos de atenção é bastante positivo. A expressão remete à uma recente alteração nas destinações do Fundo Nacional de Cultura (FNC). Juca advertiu ainda que a “cultura brasileira não pode ficar dependente dos departamentos de marketing das grandes corporações”, o que parece uma reserva quanto ao formato atual da Lei Rouanet e as distorções que tem introduzido nas práticas de financiamento público.
E ele também reafirmou “o compromisso com o Plano Nacional de Cultura (PNC), instrumento central de planejamento de médio e longo prazo das políticas culturais”, o que, em termos de “cultura alimentar” quer dizer absolutamente nada: simplesmente ela não está contemplada no PNC.
Resumindo: há uma abertura federal em relação à “cultura alimentar” mas ainda faltam planos, uma política pública clara, de sorte que ainda estamos ao sabor do mercado e seus reclamos sem propósito.
Que o ministro tenha se referido ao “acarajé” e ao “tucupi”, assim como a Yemanjá, Oxum, Tupã e Jesus, mostra como a força da tradição, da folclorização, se impõe ali onde faltam planos mais ousados, criativos e modernos.
Quer dizer: há muito trabalho pela frente, se não formos nos contentar com os afagos que parece se buscar na Lei Rouanet.
14/01/2015
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2 comentários:
É hora de aprofundar a discussão entre pessoas que atuam na área afim de estimular e valorizar a gastronomia brasileira como cultura
Sem política não tem comidaa
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