Muita gente tem se manifestado dizendo que não vê problemas em incluir carne de cabeça de porco em embutidos. Eu sou um deles. Outros, que a tal "vitamina C", mesmo em excesso, não é cancerígena. Outros ainda, que o tal "papelão" é na verdade celulose - necessária para estruturar o produto, podendo se usar, alternativamente, algum amido e glúten. Há muitos embutidos cuja tripa é feita de celulose, material que o organismo não absorve.
Quer dizer: o "escândalo" se baseia em supostos procedimentos reprováveis (como reembalar carnes de validade vencida) e boa dose de ignorância, além de padrões culturais tradicionais e desprovidos de cientificidade. Ou seja: praticas condenáveis e preconceitos emergem de forma virulenta.
As coisas realmente reprováveis são fruto de uma estrutura de fiscalização corrupta (dizem que isso é "segredo de polichinelo", embora tolerado por quem sabe), e as duvidosas de padrões culturais que precisam ser discutidos.
No conjunto, a crise da operação policial permitirá a concorrentes internacionais avançarem sobre fatias do mercado dos frigoríficos brasileiros. Mas também abre a oportunidade de revermos padrões de desenvolvimento em tudo absurdos - pois a pecuária se tornou "grande" por conta do desmatamento e do esbulho de terras indígenas - além de padrões sanitários que nada tem a ver com a saúde humana, macaqueando o higienismo de matriz norte-americana, responsável pela proscrição dos laticínios de leite cru, etc.
Enfim, faremos dessa oportunidade o que formos capazes de passar a limpo. Uma hipótese é que tudo continuará como dantes quando a crise passar e a corrupção da fiscalização for novamente escamoteada.
21/03/2017
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário