17/02/2011

17/02/2011 [Nova seção: leitor de 5ª!]

I
Boa materia na Folha sobre a volta do ovo. A verdadeira razão é que ele foi finalmente “descriminalizado” pela medicina que milita nas fileiras anti-colesterol. Colher de chá para as meninas que ainda nem abriram a casa ao público (Carla Pernambuco e Carol Brandão: na matéria sobre ovo e na Monica Bergamo).
A matéria levanta a questão da certificação “orgânica”, com selo governamental. Dificil mesmo seria certificar ovos inorgânicos. Mas Luiza Fecarotta estabelece uma diferença entre “ovo” e “óvulo” que a biologia desconhece.
Resenhas do Josimar sobre o Le Catellet e a Republica Gastronômica. Imperdoável o silencio do caderno sobre Santi Santamaria. A pequena nota de Josimar foi parar em "Mundo" - que não é onde se informa ou forma quem busca gastronomia.

II
Excelente matéria de capa do Paladar sobre vinhos de supermercado. Em página interna, foto de Luiz Horta com meias multicoloridas de enólogo. Dicas de vinhos, decanter, taças, saca-rolhas. Tudo a preços prá lá de aceitáveis para frequentadores de seção de vinho de supermercados. Inclusive avalia as gondolas de vinho de alguns supermercados. Isso é democratizar um conhecimento de que os comuns dos mortais se ressentem.
Notinha rápida do Luis Américo sobre Santi Santamaria. Rápida mas digna, não perdendo o jornal a obrigação de registrar. Mas a manchete da matéria da redação sobre a morte do chef é:”Morre Santamaria, maior crítico de Adrià”. Será mesmo? Talvez fosse correto dizer: o mais próximo.
Boa matéria de Dias Lopes sobre o cuscuz, inclusive remetendo o leitor ao historiador valeparaibano Ocilio Ferraz. Só que evita a discussão de como se passa, em São Paulo, do cuscuz ao vapor para essa gororoba de panela que encontramos em qualquer restaurante.
Nota sobre irmãs que abriram confeitaria em Pinheiros, e fazem a Sacher tarte. Diz que a receita foi “adaptada”. O que quer dizer isso? Quem tem a “verdadeira receita” se o hotel Sacher até hoje a mantem em “segredo” (isto é, o mito do segredo faz parte do seu marketing)?

4 comentários:

wair de paula disse...

Carlos , também estranhei a matéria do cuzcuz paulista. Uma dúvida me persegue - certa volta, muito tempo atrás, comi uma espécie de cuzcuz que consistia praticamente em uma galinha refogada deliciosa, com palmito, pimentão, ervilha e pimentão, onde no final se aproveitava o caldo do refogado e adicionava-se as duas farinhas (de milho e mandioca), transformando tudo numa gororoba deliciosa, enfeitada com ovos cozidos e salsinha picada. A explicação que me foi dada é que tratava-se de uma comida de bandeirante, e as farinhas entravam para "proteger" o ensopado. Sabe se isto procede?
Abs

Anônimo disse...

Concordo com tudo. Apesar de ter gostado muito das palavras de Luiz Américo fiquei mesmo com calafrio com o título.

Unknown disse...

Dória. Adoro seus textos, seus livros. Mas vira e mexe, vejo você desancar algumas comidas. Por azar e coincidência, são geralmente quitutes que eu adoro. Nesta do cuzcuz paulista fiquei com uma dúvida: você acha que ele em si é uma "gororoba" ou que a forma como alguns restaurantes estão preparando o prato é que o torna uma gororoba?

e-BocaLivre disse...

Claudio,
minha questão é: como o cuscuz ao vapor, a maravilha que é (e há tantos posts aqui para elogia-lo), DEGENERA NESSA GOROROBA DE PANELA...

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