19/12/2009

Hospitalidade

O Ca d´Oro virou apenas memória. Eis uma minha, antiga:

Estudante, duro, sabendo que era um restaurate caro, ligo num sábado para perguntar se podia levar um vinho para o almoço. Não era costume. Me identifico, a pedido do garçon.

- Um momentinho, diz ele.

Vem ao telefone o maitre, o Ático.

- Pois não, senhor Carlos.

- Eu queria saber, Ático, se eu poderia levar um vinho da minha adega [como se eu tivesse adega!].

- Ah, Senhor Carlos, o senhor é da casa. Pode sim, como sempre!

Detalhe: eu nunca antes havia estado no Ca d´Oro e só conhecia a fama do Ático. E ninguém cogitava que a rolha pudesse ter um preço fora da garrafa.

1 comentários:

Breno Raigorodsky disse...

Frequentei o Cà D'Oro religiosamente, uma vez a cada dois meses, exatamente na noite de dia 05, entre os anos de 1969 e 1970. Usávamos a desculpa de termos recebido o salário naquele dia para alternarmos a comemoração entre o seu Gran Bollito Misto e o Cacciuco do L'Arcatte. Ambos serviam o vinho que trazíamos de casa sem qualquer cobrança, ambos aceitavam que dividíssimos o prato, que, em princípio, era apenas para uma pessoa.

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