Discutimos recentemente a “tendência” do bistrosismo, falamos do L´amitié e do Così . Buscávamos alguma coisa. Digamos, simplicidade e força.
Ontem fui ao Le Jazz, na rua Pinheiros. Abriu há duas semanas. Corretíssimo e capaz de satisfazer quatro pessoas exigentes numa só mesa. A mim ele agradou especialmente pelo couvert a pão, água e manteira (R$ 4,50), por entradas a partir de R$ 10,50; omeletes, essa raridade em São Paulo; além dos pratos “clássicos de brasserie”, com destaque para o excelente steak tartare que comi, a R$ 27,50. Na sobremesa, excelente torta de pêras, a 10 míseros reais (se compararmos com o que corre solto por ai, como preço de sobremesa). Como “não tem mistério” só pode ser barato mesmo, o que é ótimo. Serviço simpatissíssimo.

Parodiando Zeca Baleiro, às vezes é melhor “mais Bocage e menos Bocuse”. Nada contra o grande mestre; mas também gostamos de simplesmente conversar, mesmo que seja com um excelente soprano e ela não precisa ficar cantando diante de nós o tempo todo. Aliás, no Le Jazz, a música faz parte da ambientação de modo muito bem sacado (apesar do som um pouco alto em certas músicas). Faz um recorte clássico-pop, como são clássicos e populares os pratos. Coerência.
O simplesmente comer, e gostar por apenas ser correto e satisfazer, é uma grande coisa! Decorre disso um conforto especial, sem a tensão e atenção que a gastronomia inovadora exige do comensal para poder aproveitar, em detalhe, cada garfada. Era algo que andava rareando na cidade e, agora, parece em novo take off. Digamos que Cosi, Le Jazz, L´amitié (poderíamos incluir Dona Onça?) parecem formar uma “tendência”. Torçamos para que sim; para que a bala do nosso tiro cego caia nesse ponto.
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