22/04/2013

O sofisma do padeiro


Olivier Anquier, o padeiro, escreve hoje no Folhão (Tendências/Debate) contra os blogs e sites patrulheiros, devotados aos preços altos na cidade de São Paulo. Levanta-se contra “o dedo destrutivo”, o  “neoterrorismo eletrônico”, e defende o preço da omelete do Dna Onça.

É incrivel como a falta de debate, da expressão de opiniões mesmo que absurdas ou equivocadas, espalha o terror entre os eventualmente atingidos. Não resistem à tentação de comparar palavras a bombas os que se julgam imunes a criticas.

A única coisa que se pode concluir dessas reações é que as pessoas que se alinham no ponto de vista oposto o fazem por má fé, perseguição. E cria-se a casta dos “magoados”, injustiçados. Anquier não considera a hipótese de pessoas que querem ir ao Dna Onça exatamente pelas razões meritórias que ele aponta, mas encontram agora uma barreira: os preços.

E ele gostaria que o Estado arcasse com a baixa dos preços (diminuindo os impostos), que a justiça do trabalho fosse favorável aos patrões, que se continuasse a “contratar batalhões de garçons para suprir a total falta de capacitação profissional”. Soluções todas que apontam para fatores externos ao negócio, o que faz dos proprietários igualmente vítimas. De positivo, o que se poderia fazer in doors?

Muito sofisma, muita indignação diante de um quadro cada vez mais claro: o modelo de restauração voltado para os setores médios da sociedade começa a fazer água. É claro que haverá um tempo ainda até que o público comece a rarear. Nesse tempo é bom que se discuta o mais amplamente possível como sair desse enrosco que os ditos “sites patrulheiros” apontam. Enquanto isso, os restaurantes da Rua Amauri vão bem, obrigado.

1 comentários:

Marcus Ernani disse...

...se julgam imunes a criticas."! A explicação é facil, por gastarem fortunas com a$$e$$oria de impren$a que hoje é item de primeira necessidade pra qualquer restaurante de boca pequena e mão grande!

Para mim o discurso o olivier e do Kress nao passa de chilique de quem ta sentindo no bolso os novos ventos.

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