31/01/2016
Depois de passar a limpo a culinária guarani, é a vez da caipira...
Fiquei bem satisfeito por ter dado o curso sobre Culinária Guarani, como introdução do curso mais amplo sobre a formação da culinária caipira. Uma turma interessante e interessada, diversificada na formação e, mesmo assim, foi possível percorrer a arqueologia dos índios da Amazônia, a etnologia dos Guarani, destacando fragmentos de modos de fazer vários pratos a partir do milho e da mandioca. Fizemos até mesmo as próprias farinhas de milho e de mandioca sem nenhum equipamento que não possa existir em casa...
Os alunos trabalharam sobre os registros escritos bastante econômicos e parciais e, com criatividade, reconstruiram preparações que tinham, todas elas, o dom de convencer quem comeu. Ferramentas modernas de cozinha foram utilizados sem qualquer propósito de “gourmetização”, criando coisas perfeitamente “legíveis”.
A sensação que ficou foi de que, realmente, existe uma culinária digna de atenção sob os escombros do que a história - especialmente paulista - fez dessa cultura extraordinária, milenar, dos Guarani que marcharam da Amazônia até os Pampas ao longo de um milênio. Uma culinária que foi destruída em sua grande parte mas que, mesmo assim, se aninhou na culinária caipira e ainda transmite seus sabores aos que a apreciam. A culinária Guarani é o inconsciente da culinária caipira e, por extensão, brasileira.
Agora é seguir no projeto de "TOTAL IMMERSION NA COZINHA CAIPIRA", oferecendo os próximos passos dessa história que nos conformou no tocante ao gosto, com suas variantes paulista, mineira, goiana, carioca, capixaba e com incursões gaúchas. Em breve mergulharemos na fração que lhe corresponde no “Sertão de Leste”. Os interessados aguardem…
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A cozinha inzoneira do Brasil
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