O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior diversidade cultural de culinárias. Basta esquecer o ícone do "churrasco", tão ao gosto da indústria do turismo, para mergulharmos numa história que plasmou, de modos diferentes, a culinária do pampa, da serra, do rio Grande, do vale do Itajaí (SC) e da região das missões jesuíticas, além da paulista, da mineira e do centro-oeste. Regiões de colonizações diversas só podem resultar em diferenças culinárias, apoiadas na unidade da culinária do imenso território mbyá-guarani.
A configuração das missões jesuíticas apoiou-se na culinária guarani, que nos legou, além da cozinha do milho, o mate e um certo modo de preparar o churrasco, entre outras coisas. A cozinha guarani liga todo o Brasil interior e este com os países vizinhos, mais do que com a culinária da costa, afeita à mandioca.
É por essa razão que é muito alvissareiro saber que ocorrerá, em breve, entre 3 e 11 de novembro, o 2º Festival Internacional da Cozinha Missioneira - IFF, em São Borja, no qual participarei com palestra de encerramento.
E será por esse caminho que, aos poucos, poderemos traçar uma nova cartografia da culinária brasileira, liberta dos contornos dos estados e demais configurações sócio-políticas que pouco dizem sobre as formas concretas de comer.
Para maiores informações sobre a programação, consultar aqui.
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