Um gentil leitor me chamou a atenção para uma matéria que ele leu no Estadão, datada de 19 de julho de 2017, sobre um abrigo para drogados e indigentes, numa instituição de religiosos católicos, em Jarinu, onde morreram 14 pessoas em um mês,
Desde 2011 a Missão Belém é investigada pelo Ministério Público e pela Prefeitura de Jarinu. Ela funciona como uma “comunidade terapêutica” mas não tem licença para tanto, segundo as regras da Anvisa.
Os que morreram no período apresentavam quadro de diarreia e vomito, seguido de desnutrição, desidratação e intoxicação alimentar. Outros 19, internados com os mesmos sintomas, sobreviveram. As vitimas moravam no sítio da Missão Belem. Metade delas era de idosos e moravam no sítio há anos.
Do dia 03 a 18 de julho, o hospital de Clinicas de Campo Limpo Paulista recebeu 25 internos da Missão Belém. “Se Deus decide levar, já não é problema nosso”, declarou o coordenador da instituição. O Padre Giampietro Carraro, fundador do grupo e que faz esse serviço inclusive no Haiti, não deu entrevista. A Arquidiocese de São Paulo, informou que a Missão Belém é independente.
Tudo isso seria um simples e escabroso caso policial, não fosse a importância de que se reveste agora: a Arquidiocese e a Missão Belém estão, lado a lado, como colaboradores da Plataforma Sinergia, assim como a Prefeitura de São Paulo.
O que significa ser colaborador desse projeto? Ainda mais um abrigo de indigentes e drogados. Seria um campo de provas e experimentos? Como pode a Prefeitura de São Paulo se envolver com parceiros que não dispõem de licença para operar legalmente? O que os ditos “parceiros” estão fazendo para apurar a razão das mortes?
Eis ai um campo muito fértil para o jornalismo independente.
A sociedade está interessada em conhecer todos os laços da Plataforma Sinergia desde que o prefeito a trouxe para a esfera pública e pretende abraçar o seu projeto, inclusive abrindo-lhe as portas de escolas e creches. Nós, paulistanos, não queremos isso.
Ele não poderá faze-lo, sob pena de responsabilização, se beneficiar de alguma forma entidades inidôneas, envolvidas em mortes até agora misteriosas. É mesmo urgente que a Camara dos Vereadores aprove a CPI para apurar as verdades, envolvendo os apoios à Plataforma Sinergia.
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