É bem verdade que Alex Atala não tem nada a ver com os devaneios do poder, conforme sugere a nota publicada por Monica Bergamo hoje.
Mas o episódio serve para percebermos a que ponto chegou a "autonomia" do "gastronômico" em relação às condições de produção do que o brasileiro come.
Como é possível exaltar a culinária brasileira no momento em que os ruralistas tomam o poder com uma agenda na qual aprofundamos o uso de agrotóxicos na agricultura? Como é possível pensar a culinária se o governo desmobilizou a sociedade civil do Conseas? Como é possível pensar os povos tradicionais e sua expressão alimentar no momento em que o governo investe contra os indígenas e suas terras?
Se algum dia houve uma utopia de que a gastronomia servirá para "alimentar o mundo", o governo cuida de derruba-la por terra. Vamos ver o que o Frut.o dirá sobre esse momento crítico da alimentação no Brasil, onde nada há a comemorar. O sonho acabou, chefinhos.
05/01/2019
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