a maior rejeição é ligada aos agrotóxicos. Ao
todo, 89% dos entrevistados dizem que não votariam em um candidato que apoie
essa indústria
Sob o título “Pesquisa mostra rejeição a candidatos que apoiem
indústria de armas e agrotóxicos” a Folha publicou, de modo discreto, em 21 de
setembro, pesquisa surpreendente em seus resultados.
Surpreendente
porque contraria todo o discurso de direita hoje corrente e ecoado nos quatro
cantos da grande imprensa. Feita pelo Datafolha e encomendada por uma Ong
anti-tabagista, a pesquisa mostra várias coisas:
- 89%
dos entrevistados dizem que não votariam em um candidato que apoie a indústria
dos agrotóxicos;
- 85%
dos entrevistados afirmam que não votariam em candidatos que apoiam a indústria
do tabaco
- 80%
rejeitam os que apoiam a indústria de armas
- 71%, a indústria do álcool
- 63% não votariam em candidatos que apoiam a indústria de alimentos ultraprocessados
Diz a matéria: “Para Paula Johns, diretora-executiva da ACT
(que encomendou a pesquisa), os dados mostram um descolamento entre a opinião
pública e a posição dos últimos eleitos no Congresso e em cargos do Executivo.Ela pondera que
as bancadas têm crescido, embora o apoio muitas vezes ocorra de forma velada.
“Isso não significa que, nas decisões políticas, não vejamos com muita clareza
qual a bancada de cada setor pela postura nas votações.”
Johns lembra que a pesquisa do Datafolha realizada em 2014 também mostrava alta rejeição a
candidatos financiados por indústrias das armas, fumo, álcool e agrotóxicos”.
A questão, portanto, diz respeito ao nível de consciência da
população versus o nível de informação. Para o gerente do Instituto Sou da Paz,
a divergência entre o resultado da pesquisa e o debate
público “pode ser explicada pela maior mobilização nas redes sociais de grupos
favoráveis à liberação do porte de armas”, por exemplo. E Alguns temas, como a regulação
de alimentos ultraprocessados, estão fora da agenda da campanhas.
Por outro lado, 69% dos
entrevistados são a favor de o governo conceder incentivos para as empresas
aumentarem a produção de alimentos orgânicos (menos do que medicamentos, que
atinge 78%).
Desse modo desenha-se o
perfil de um público esclarecido, sub-representado ou totalmente contrariado
pelos seus deputados e governantes.
A batalha deve se dar, então,
nos meios informacionais e nas organizações políticas que buscam encaminhar um
futuro melhor. Esse o quadro que a
pesquisa sugere.
Claro, alguém sempre poderá
questionar a metodologia do levantamento e, por ai, suas conclusões. Pois então
que se repitam e aprofundem pesquisas como essa, pois só temos a ganhar pelo
conhecimento mais exato de como o brasileiro pensa sobre as questões que moldam
o futuro.
0 comentários:
Postar um comentário