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14/03/2012

Em defesa do Arquivo Público do Estado de São Paulo

O Arquivo Público do Estado de São Paulo, instituição cultural que tive o prazer de dirigir, sofre, mais uma vez, ataques de quem nada entende de arquivos e preservação da memória.

Seu atual diretor tem feito uma excelente gestão, da qual resultará um grande reforço e expansão de infraestrutura para a preservação documental. Isso é o que importa: a valorização da atividade-fim. Por isso divulgo aqui os “Esclarecimentos sobre as reportagens veiculadas no jornal O Estado de São Paulo nos dias 11 e 12 de março de 2012” de Carlos de Almeida Prado Bacellar.




Caro Editor,



O Arquivo Público do Estado de São Paulo, que nesta semana completou 120 anos de  existência, é o órgão especializado na preservação dos documentos públicos acumulados ao longo de quatro séculos. A ele cabe estabelecer a política de gestão destes documentos, desde o início de sua tramitação até seu arquivamento final. Esta sua atribuição ganha nova importância na conjuntura atual, uma vez que preservar os documentos públicos é ponto de partida essencial para garantir o acesso à informação, questão cobrada com reiterada veemência pela sociedade civil. Desta forma, o Arquivo Público é a instituição onde o cidadão pode buscar o acesso a informações de caráter histórico ou sobre sua própria pessoa, ou mesmo buscar mais informações sobre as ações desenvolvidas pelo Estado, colaborando no processo de controle público. 


Ao completar 120 anos, o Arquivo Público passará a contar, pela primeira vez em sua história, com um edifício inteiramente projetado para a guarda de acervos, dentro dos mais modernos conceitos de segurança. Previsto para abrigar 60 km lineares de novos documentos, conta com uma estrutura capaz de suportar formidáveis 2.600kg por metro quadrado, com climatização, prevendo temperatura e umidade controladas. Com o novo espaço, será possível voltar a recolher acervos para guarda definitiva, que há muito se acumulam nas repartições públicas. Para tanto, o projeto das novas instalações inclui novos e ampliados laboratórios de acondicionamento, preservação, microfilmagem e digitalização de documentos. 


A inauguração do novo edifício será, assim, um evento dotado de grande simbolismo: o Estado investindo R$ 84.700.000,00 na preservação da informação, facilitando enormemente seu acesso. Assim ampliado, o Arquivo Público avançará em seu já notável esforço para estabelecer parcerias com instituições que detenham acervo, expandindo a oferta de suporte técnico. Estarão dadas as condições, assim, para melhor atendermos as Universidades e a rede de ensino pública e privada, os 645 municípios paulistas, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e a Assembléia Legislativa.


Em reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, dos dias 11 e 12 de março de 2012, são apontados problemas quanto ao andamento das obras no Arquivo Público do Estado de São Paulo, sobre os quais prestamos os seguintes esclarecimentos:


1. Atraso das obras 
As obras de construção do novo edifício do Arquivo Público do Estado de São Paulo tiveram início em dezembro de 2009 com previsão de término para dezembro de 2011.
O atraso no término das obras teve dois motivos: a) as fortes chuvas na etapa inicial da obra, em janeiro e fevereiro de 2010; b) e a transferência do "Jardim das Esculturas", formado por 11 obras de arte, que estavam localizadas no pátio do edifício do Arquivo Público. Só a transferência das obras de arte, que hoje se encontram no Parque Ecológico do Tietê, levou três meses para ser concluída. O término das obras está previsto para o final do primeiro semestre desse ano. 


2. Princípio de incêndio 
No dia 18 de fevereiro, sábado, às 18h45, ocorreu um princípio de incêndio no quarto andar, depósito 4C, provocado por um curto-circuito. O incidente atingiu um total de quatro estantes do acervo da instituição, que continham exemplares dos jornais Diário Oficial (do qual existe outra cópia) e Correio Paulistano (com cópia em microfilme). O princípio de incêndio foi logo contido por funcionários da área de segurança. 

De acordo com o diagnóstico da área de conservação do Arquivo Público, os danos ao acervo foram mínimos, restringindo-se às lombadas de 112 volumes do Diário Oficial e às bordas de 57 volumes do jornal Correio Paulistano. Nos dois casos, a documentação será integralmente recuperada e não haverá perda de informação. Na reportagem, afirma-se erroneamente que foram danificados “cadastros de famílias do acervo do Memorial do Imigrante” e “exemplares do extinto periódico O Paiz”. Nenhum documento do acervo do Memorial do Imigrante sofreu qualquer dano em decorrência do incidente. Os registros de imigrantes – fichas de estrangeiros e livros da hospedaria – estão em outros depósitos e as listas de bordo de navios, em outro prédio. Já os exemplares do jornal “O Paiz” estão guardados no depósito 1A, três andares abaixo do ocorrido.  Também é falsa a informação sobre um segundo foco de incêndio na instituição. 

Dessa maneira, o incidente felizmente não acarretou qualquer prejuízo à memória pública paulista. Mesmo assim, a direção do Arquivo Público do Estado de São Paulo abriu, à época, uma sindicância para apurar o caso. 


3. Conservação do Acervo 
Por meio da equipe técnica do Centro de Preservação, formada por profissionais especializados nas áreas de conservação e restauro,  o Arquivo Público do Estado de São Paulo tem tomado os devidos cuidados com o seu acervo histórico desde o início das obras em suas instalações. A esse respeito, cabem os seguintes esclarecimentos: 

Sobre as imagens divulgadas: 
a) a foto sob o título "Acervo Amontoado" mostra, na verdade, documentos em processo de embalagem provisória para transferência para o novo edifício. Cabe salientar que, no interior das caixas, a documentação está envolta em caixas polipropileno corrugado ou plástico-bolha, materiais neutros e condizentes com as normas de acondicionamento para acervos desta natureza. 
b) a segunda imagem ("Solda") mostra reformas estruturais nos corredores do Bloco D do edifício do Arquivo Público, atividade já suspensa até que os funcionários estejam realocados. 

c) na foto "documentos à vista", cabe salientar que esta documentação não se encontra no depósito 4C. Além disso, esta documentação está atualmente em tratamento técnico, em que a última etapa consiste no acondicionamento do acervo. 

Cabem esclarecimentos também sobre a informação divulgada em relação à cobertura do acervo com lonas "sob a umidade das chuvas, ameaça de animais e de fungos ativos". A cobertura do acervo com lonas foi uma medida tomada pelo Centro de Preservação para proteger a documentação da poeira provocada pelas reformas no edifício. Essa medida não afeta as condições de temperatura e umidade do ambiente e, portanto, não implica no aparecimento de fungos ou em qualquer outro dano ao acervo. 

Quanto à ameaça de animais, cabe ressaltar que o Arquivo Público do Estado de São Paulo passa por dedetizações periódicas, a cada três meses, em todas as suas dependências. Verificada a necessidade de novas dedetizações nesse intervalo, a empresa contratada pode ser chamada novamente pela instituição, o que tem sido feito nos casos de relatos de animais na área das obras. Cabe ressaltar que não foi relatada a presença de animais em áreas de guarda de acervo. A última dedetização feita nas instalações do Arquivo Público data de 3 de março de 2012, com garantia de seis meses, de acordo com a empresa (Desintec), prestadora do serviço. 

4. Condições de trabalho dos funcionários 
O Arquivo Público do Estado de São Paulo possui hoje trabalhando em suas instalações um total de 166 servidores públicos, 37 estagiários, 38 funcionários terceirizados (nas áreas de limpeza, segurança, manutenção e refeitório) e 22 funcionários da Associação de Amigos do Arquivo. 

No dia 2 de fevereiro de 2012, a direção do Arquivo Público recebeu uma carta assinada por 11 servidores do Centro de Acervo Permanente, que apontavam problemas no andamento dos trabalhos por conta de reformas estruturais nos corredores do  Bloco A, que estavam acontecendo no horário de trabalho.
No dia 3 de fevereiro, foi convocada uma reunião com toda a equipe do Departamento de Preservação e Difusão do Acervo, que foi informada que as obras no Bloco citado seriam suspensas até que todos os funcionários e acervos sejam remanejados para outro local. 

Cabe esclarecer também que, no início da embalagem e transferência do acervo do atual Bloco D para o novo edifício, a direção da instituição pediu a colaboração voluntária de seus servidores para a realização desta atividade, numa tentativa de agilizar os trabalhos e contar com a expertise deles na execução dessa tarefa de manuseio. Parte dos funcionários aceitou a proposta, parte não. Neste momento, já havia sido contratada uma primeira empresa para transporte de um pequeno volume inicial de caixas.
Contudo, verificou-se que esta proposta de trabalho voluntário não era a mais adequada e eficiente, e foi suspensa. No momento, encontra-se em processo de licitação a contratação de nova empresa, que realize a embalagem e transferência da totalidade do acervo, sob supervisão da equipe técnica do Centro de Preservação da instituição. Outras questões, envolvendo a falta de informações sobre a obra e a necessidade de um cronograma de trabalho, citadas na carta, foram esclarecidas na mesma reunião. 

5. Acidente de trabalho 
O Consórcio "Arquivo Novo" possui hoje um total de 250 funcionários trabalhando na reforma do Arquivo Público do Estado de São Paulo. No dia 21 de janeiro, um funcionário contratado pela empresa responsável pelas obras no Arquivo Público sofreu um acidente de trabalho.
Ao contrário do que informa a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, em 12 de março o funcionário não carregava "um grande volume de documentação histórica", uma vez que este trabalho estava sendo realizado por uma empresa contratada para este serviço. 

O funcionário atuava como um dos operadores de grua, acionando o equipamento do térreo até o 3º andar. Isso porque, de acordo com o regulamento da construtora, apenas funcionários especializados podem operar a máquina. Diferentemente do que revela a mesma reportagem, o operador não caiu de uma altura equivalente ao 8º andar, uma vez que o pé direito-duplo nos andares tem início a partir do quarto andar do novo edifício. 

Após o acidente, o Consórcio "Arquivo Novo" tem tomado todas as medidas judiciais e trabalhistas cabíveis neste caso e prestado toda assistência necessária ao funcionário. 


Em face do exposto, o Arquivo Público solicita a devida correção das informações publicadas.


Carlos de Almeida Prado Bacellar 

Coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo








*Carta enviada ao jornal O Estado de São Paulo no dia 12 de março de 2012.

11/02/2012

Do jabaculê ao bundalelê

A diferença entre o jabaculê e o bundalelê é que o segundo não envolve paga e, por outro lado, muito mais gente pode se divertir. O bundalelê é a festa que desborda o limite da festa.

Houve época em que certo crítico gastronômico de um prestigioso matutino ligava para os restaurantes e avisava: “Vou jantar ai com cinco amigos”. E ai de quem não os recebesse! Ia embora, agradecia muito e nenhuma menção de pagar. Depois, saia uma notinha elogiosa na sua coluna. Era uma troca clara, e ele nunca falhava. Era um homem de princípios. Vida dura essa do crítico que precisava sair à caça de cada jantar. Era injusto chamar de jabaculê.

Depois veio a moda das “assessorias de imprensa” que trabalhavam - e como! - para os próprios restaurantes. O assunto começava a transbordar as colunas de crítica gastronomica e elas captavam, por telefone, notícias sobre a frequência dos restaurantes. Se não fosse muito notável, levavam convidados, colunáveis que não pagavam e, numa troca nem sempre explicita, aparecia nas colunas sociais: “Fulano de tal jantou um filé monegasque em tal restaurante, junto com Beltrano, enquanto discutiam os destinos da Nação”.

Essa era difundiu o modelo Chiquinho Scarpa. Egos ficavam inchados, restaurantes cheios. Havia gente que queria ver os chiquinhos em carne e osso! No final do mês, apresentavam ao contratante a centimetragem de notícias que haviam cavado. Havia assessorias muito boas, para mais de metro de notícias.

Depois, ainda na época desse tipo de assessoria, começaram a surgir os próprios restaurantes como personagens, não mais apenas os seus frequentadores. O cardápio de verão e o de inverno, como coleções de moda, eram propagados aos quatro cantos pela grande imprensa. Mas as assessorias de imprensa convenciam os donos de restaurantes da necessidade imperiosa de umas bocas-livres. Eram comuns festas de lançamento dos cardápios, como vernisages. Era o começo do bundalelê.

Mesmo para constar no guia da Vejinha era uma batalha. Vez por outra, uma matéria extensa sobre um determinado prato aparecia numa revista de gastronomia. Valia mais. E da-lhe centimetros ou metros de notícias. Mas já era dificil distinguir o produto do trabalho das assessorias daquilo que era chamado “midia espontânea”, ou o real interesse da imprensa em atitude independente.

Depois ainda, vieram os chefs. Primeiro, os franceses; depois, seus imitadores; por fim, quase todos dos Jardins (e eram poucos). Os chefs foram se tornando personagens, e suas assessorias de imprensa já podiam ser quaisquer; não precisavam ser especializadas em gastronomia. Bastava serem metro-eficientes.

Em seguida, veio a época dos press release. As assessorias inundavam as redações dos jornais com folhas e folhas impressas contando as virtudes dos restaurantes - especialmente os novos - com detalhes do cardápio, da arquitetura, do grupo de investidores. Isso gerava alguma movimentação nos jornais, que saiam a campo para investigar por si próprios. Depois, os jornais reduziram custos, cortaram equipes e os press release se tornaram uma forma privilegiada de contato com o mundo.

A gastronomia foi se tornando essa ideologia do bem-viver à qual, espontaneamente, mais e mais gente adere. E, por fim, parte da imprensa se desmaterializou. Hoje, além dos jornais, os blogs cairam nas graças das assessorias. As caixas de mensagens são abarrotadas de releases. E além de press releases, as assessorias tomam a liberdade - e bote liberdade nisso! - de sugerir que o blogueiro escreva isso ou aquilo, faça um post exaltando as qualidades de tal ou qual azeite, de tal ou qual carne; do restaurante x ou y; do festival de não sei onde; e assim por diante.

Há também convites para degustações, bundalelês tipo “liberou geral”. Os blogueiros amadores se sentem vips. Do anonimato, para a festa por conta de alguma relevância detectada pelas ferramentas Google.

Chegará o dia - que não está distante - em que assessorias gratificarão por centímetro publicado de matérias que elas mesmas redigirão. Pedirão endereço para mandarem brindes, e assim por diante.

Excetuando o período daquele colunista que pagava honestamente o que comia com elogios, por que caminho os donos de restaurante foram convencidos de que poderiam medir a eficácia da difusão de informações por centímetros de colunas de jornais, sem qualquer mediação do leitor? E por quais descaminhos as assessorias de imprensa chegaram à conclusão de que jornalistas e blogueiros estão sempre à espera de alguma coisa-bundalelê da parte de quem lida com alimentos?

Talvez um tanto de preguiça, pois poderiam criar blogs, twitters, para os seus clientes para divulgar amplamente os produtos sobre os quais gostariam de chamar a atenção - coisa que os blogueiros, invariavelmente, observariam sem se atrelarem à pauta das próprias assessorias de imprensa.

Mas as assessorias julgam que os blogs são um caminho virtuoso de divulgação dos seus clientes. Produzir informações é coisa sadia, desejável; querer legitima-las através de sites e blogs especializados em gastronomia é, convenhamos, um certo abuso.

Muitos blogs (que não são fruto do jabaculê, mas de honesta dedicação), mostram como surfam numa eterna festa, noite após noite, sempre novidadeiros, sempre elogiosos. Um simples brigadeiro é motivo de grossa celebração. São os blogs-bundalelê.

Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem

19/07/2011

A saúde pública - olho vivo

Mais do que normal que nos preocupemos sempre com a saúde face ao consumo alimentar. Mas raramente somos informados sobre o que anda rolando por ai.

Matéria de hoje no Estado de São Paulo dá notícia de que a Polícia Civil apreende diariamente 600 quilos de alimentos "estragados". Em geral são frios com validade vencida, falta de identificação de origem e procedência. Mas há também carne e filé de frango em distribuidores. "Nem mesmo os Jardins, na zona sul de São Paulo, escapam de denúncias.

Numa blitz, houve 49 casos em mercados, 14 em avícolas, 13 em distribuidores de alimentos, 11 em padarias. Lojas de conveniências, hotéis, hortifrutis e restaurantes ficaram com 2 ocorrências cada.

Não acho muito simpático o envolvimento da Polícia Civil nisso. Só nesse ano já prendeu 140 pessoas. Mas que é preciso rigor com os estabelecimentos, vigilância e marcação cerrada, isso lá é verdade. Assim como há educação para o trânsito, deveria haver mais educação para o comércio de alimentos. A ponto de dispensar a Polícia Civil.

15/03/2011

Efeito estufa, segundo a Nestlé

I

“No ano em que a Nestlé completa nove décadas de Brasil, a empresa traz para a Páscoa diversos lançamentos, com destaque para os chocolates da linha gifting [...]. Os lançamentos da linha gifting, ideais para quem busca uma opção de presente de Páscoa diferenciado, se destacam neste ano pela inovação. Uma das principais novidades é o Ovo de Páscoa Suflair (460g), com casca aerada, disponível nas variedades Ao Leite e Duo” [Release da Assessoria de Imprensa da Nestlé].

II

“Com os atuais preços do cacau, açúcar e outras commodities nas alturas, os fabricantes de doces estão descobrindo que um simples ingrediente – ar – pode ajudar a inflar os lucros [...]. ‘A densidade do chocolate pode ser cortada até pela metade com o acréscimo de dióxido de carbono ou óxido nitroso para fazer bolhas’, diz Stephen Breckett, autos de The science of chocolate e ex-pesquisador da Nestlé [...] A Nestlé gastará 15 milhões de libras esterlinas para comercializar o Aero [Suflair] no Reino Unido e Irlanda neste ano, o maior orçamento promocional da empresa já reservado para a marca do chocolate aerado” [Tom Muller, no Bloomberg Businessweek].

III

Então. Efeito estufa é aquele que faz inchar, estufar. Lembro quando a Kibon vendia sorvete por litro. Era tão abusado que acabaram proibindo a venda desse produto por volume. Esse negócio de ovo de Páscoa me parece repetição daquele golpe.

30/07/2010

O que é o que é? A farsa do "serviço"


Cena 1: você paga a conta no cartão, no North Grill, e na nota vem: x reais + um "acréscimo". O que é o acréscimo? - você pergunta. "Ah, é os 10% do serviço!", ouve como resposta.

Cena 2: você paga a conta no cartão, no Irori, e na nota vem: x reais e um "troco". Mas você não recebe o troco. "Onde está meu troco?" - você pergunta. "Ah, é o serviço".

Subterfúgios para escapar à norma trabalhista que incorpora a gorjeta nos salários, para efeito de cálculo dos encargos trabalhistas. Um logro ao garçom e um logro ao cliente. Não seria melhor relações transparentes?

Do tipo:
a) você paga em dinheiro o serviço, se quiser.
b) o serviço vem embutido nos preços cheios
c) paga-se na forma tradicional e o acordo entre proprietário e garçons, mediado pelo sindicato, é o que vale.

Engodo não é bom para ninguém. Estratagemas dos ixpertos...

28/07/2010

Stuzzi. Por que "não pode"?


Não é a primeira vez que vou à sorveteria Stuzzi e ouço, diante de um pedido, “não pode!”. Não pode colocar um sorvete de copinho num copo maior para viagem; não pode a criança escolher o sorvete que está no expositor do recipiente que se encontra mais ao fundo. “Não pode!” tem que ser do recipiente mais à frente, do mesmo sabor.

As meninas que servem, é claro, não têm culpa. Mas diante de uma pergunta qualquer fora do script só sabem dizer “não pode!” O engessamento do serviço deve ser coisa de responsabilidade dos proprietários e gerente. Você pede para chamar. Nunca estão!

Este é um erro de treinamento muito comum. Mas a maior parte dos estabelecimentos desse tipo que conheci já fechou. Até mesmo livraria de gastronomia. Seria uma pena a Stuzzi se enfraquecer no mercado de sorvetes.

16/03/2010

Nova seção no e-BocaLivre: Vigilância


Se você for comer na lanchonete América, desista de pedir um hot dog. O dog metafórico vem coberto por um molho indescritível: molho branco misturado com mussarela. Digo “misturado” por falta de palavra adequada, na verdade não se misturam. Formam uma gororoba só; incomível.